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Meio Ambiente
Sexta - 30 de Outubro de 2020 às 10:04
Por: Diário de Cuiabá

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Desde o dia 1° até a quarta-feira (28), segundo o Inpe, foram registrados 2.825 pontos de fogo no bioma
Desde o dia 1° até a quarta-feira (28), segundo o Inpe, foram registrados 2.825 pontos de fogo no bioma

Dados mais recentes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que o Pantanal registra o pior mês de outubro em focos de incêndio da história.

Desde o dia 1° até a quarta-feira (28), segundo o instituto, foram registrados 2.825 pontos de fogo no bioma, em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Até então, o recorde para o mês era de 2002, quando foram registrados 2.761 focos.

O Inpe começou a fazer o monitoramento na região em 1998.

Os focos de outubro também já haviam ultrapassado, 15 dias antes do fim do mês, o total visto no mesmo período de 2019.

As altas de outubro vêm depois de o bioma ter a pior quantidade de incêndios mensais na história – para qualquer mês – em setembro.

Antes disso, nos primeiros 17 dias de setembro, os recordes para aquele mês já haviam sido ultrapassados.

O bioma também registrou o pior julho e o segundo pior agosto da história; em setembro, neste ano se tornou o pior em número de pontos de fogo no Pantanal. Até 2018, o bioma era o mais preservado do país, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Antes do mês passado, o acumulado mais alto havia sido registrado em 2005, com 12.536 focos em todo o ano. A alta neste ano já é de 68%.

SECA - O Pantanal enfrenta a sua pior seca em 47 anos – o que contribui para o alastramento do fogo.

O bioma pantaneiro é a maior planície alagada do mundo, mas, quando não chove, a planície não alaga, o que permite que o fogo se espalhe.

A chuva vista recentemente na região (veja vídeo acima) fez os números de focos de incêndio caírem bastante em alguns dias, mas especialistas alertam que o Pantanal deve demorar a se recuperar.

O solo – que oscila entre vegetação e sedimento, segundo Henriques – vira uma biomassa que fica como uma turfa apodrecida, "um excelente material para queima", diz o especialista.

Com atribuições do Serviço Geológico do Brasil, a CPRM monitora, entre outros dados, os níveis dos rios brasileiros.

Segundo o último boletim do serviço, do dia 22, os níveis do Rio Paraguai, que é responsável pela inundação do Pantanal, ficaram estáveis pela primeira vez depois de quedas que duraram até a semana anterior.

FOGO - O número de focos de incêndio na também vem alcançando altas históricas: as queimadas na floresta este ano já ultrapassam as vistas em todo o ano passado.

De janeiro até quarta-feira (28), o bioma tinha registrado 91.873 pontos de incêndio, 2.697 a mais do que os contabilizados de janeiro a dezembro de 2019.

Além disso, o acumulado de pontos de fogo na floresta vistos de janeiro a setembro foi o maior desde 2010.

Os dados de queimadas têm causado embates com o Governo federal.

No mais recente, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que não era possível avistar "nada queimado" ou "selva devastada" em um voo entre as cidades de Manaus e Boa Vista.

Dados do próprio governo, entretanto, mostram que essa rota cruzaria o céu da cidade em Roraima com mais focos de queimadas neste ano: Rorainópolis.

Além disso, o voo passaria por municípios que acumularam 20,5 mil hectares de desmatamento de agosto de 2018 a julho de 2019: Presidente Figueiredo (AM), Caracaraí (RR) e a própria Rorainópolis.

VIAGEM - O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) disse que a viagem de embaixadores à região amazônica pode ser adiada em razão da pandemia da Covid-19. A visita é uma das estratégias para combater a imagem negativa do país em temas ambientais no exterior.

Segundo Mourão, a situação do vírus no estado do Amazonas "deu uma escalada" e será necessária uma avaliação de risco para saber se a viagem, prevista para o início de novembro, será mantida ou não.

"Nós vamos fazer uma análise de risco porque a gente sabe que a situação no estado do Amazonas deu uma escalada. Então vamos fazer uma reunião, uma análise de risco, e se o risco estiver de médio para cima nós vamos adiar a viagem", disse o vice-presidente.

Um dos estados mais atingidos no início da pandemia, o Amazonas soma mais de 158 mil casos confirmados de Covid-19, com 4.478 mortes. A última atualização da Secretaria de Saúde, de terça (27), registrava 1.50 casos confirmados em 24 horas.

A viagem está sendo planejada para apresentar aos chefes de missões diplomáticas ações adotadas pelo governo no combate a ilícitos ambientais. A ação está sendo liderada pelo vice-presidente, que comanda o Conselho da Amazônia.

Foram convidados diplomatas de diversos países, entre eles os embaixadores de Alemanha, Suécia, África do Sul, Canadá, Colômbia, Peru e União Europeia. Também foram chamados diplomatas do Reino Unido, França e Portugal, além da secretária-geral da OTCA (Organização do Tratado de Cooperação Amazônica), María Alexandra Moreira López.

A programação inclui uma visita ao Censipam (Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia) em Manaus, reunião com o governador Wilson Lima (PSC), visita a um laboratório de investigação de crimes ambientais e um passeio para ver o encontro das águas entre os rios Negro e Solimões.

A ideia é também levar os diplomatas a São Gabriel da Cachoeira para a visita a um pelotão de fronteira e a um posto de saúde indígena.

Mourão avalia que a imagem negativa que o Brasil tem no exterior em temas relacionados ao meio ambiente, potencializada pelos índices de desmatamento na Amazônia e pela onda de queimadas no Pantanal, é um dos principais obstáculos que o país enfrenta na arena internacional.

Com informações do G1 e da Folha de S. Paulo





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