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Cidades/Geral
Sábado - 11 de Agosto de 2012 às 08:59
Por: STÉFANIE MEDEIROS

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Mesmo tendo que lidar com calor excessivo, falta de privacidade, mosquitos e a convivência coletiva, o maior problema dos moradores despejados do bairro Bela Marina, que estão atualmente alojados no ginásio Dom Aquino é a dificuldade de encontrar meios para as crianças continuarem a freqüentar a escola.

Mãe de quatro crianças, Paula Cristina Rodrigues, 26, está desempregada, mas diz que sua maior preocupação é com seus filhos mais velhos que não puderam ir à escola. “Quando estávamos lá no bairro era fácil porque as escolas eram pertinho, mas aqui é muito longe, não tem como eu levar e buscar. Hoje eles não foram. Não sei como fazer nos próximos dias”, disse.

Esse também é o dilema de Ana Flávia Ferreira, 27. Ela tem três filhos e teve que acordar às cinco horas da manhã pra arrumar e alimentar as crianças, que foram para a escola às sete. Segundo ela, isto só foi possível devido à ajuda de um colega, que pagou a passagem de ônibus. “Mas eu não sei como vou buscar eles à tarde, vou ter que dar um jeito. Não tenho como ir de bicicleta e nem a pé. Não sei como vai ser para eles continuarem o ano letivo”.

A Secretaria de Assistência Social e Desenvolvimento Humano fez um levantamento das famílias que estão no local. De acordo com o advogado João Batista, que auxilia os moradores afetados, o cadastro tem o objetivo de inibir a ação de pessoas que tenham interesse de se aproveitar da situação para conseguir benefícios do governo.

Batista diz que somente as famílias que realmente precisam de um lugar para morar vão ser realocadas na área que será fornecida. “Tem gente que morava lá perto e entrou na confusão só pra conseguir mais terras”, explicou.

A região para a qual as famílias serão destinadas ainda não foi definida. Segundo o defensor público Air Praeiro, ela será divulgada em breve.

Os conflitos começaram na quarta-feira, quando 84 famílias tiveram que desocupar uma área no bairro Bela Marina. A ação de despejo foi pacífica e as pessoas removeram seus pertences e desmontaram os barracos voluntariamente.

No entanto, houve uma falha de comunicação entre o secretário municipal de Educação, Silvio Fidélis, e o de Esporte, João Bosco Cruz. Fidélis autorizou as famílias a se acomodarem no ginásio, porém Bosco mandou que a entrada deles fosse barrada.

Os moradores fecharam a avenida Carmindo de Campos por uma hora em protesto e invadiram o local. Por volta das oito da noite, a juíza plantonista Amini Haddad acatou um pedido de liminar da Defensoria Pública, que garantiu a permanência dessas famílias por um prazo de quinze dias.




Fonte: DO DC

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