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Variedades
Segunda - 15 de Fevereiro de 2021 às 10:13
Por: Laura Meireles/Da Assessoria

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As violências sofridas na infância também são refletidas durante a vida adulta. Pesquisadores apontam que os traumas físicos, sexuais e psicológicos vivenciados pelas crianças devem ser tratados como problema de saúde pública devido aos seus efeitos negativos para o desenvolvimento infantil. O tema complexo e delicado será o pano de fundo para uma das mais novas criações audiovisuais mato-grossenses. O curta-metragem “Olhos da Alma” foi um dos projetos contemplados pelo edital “MT Nascentes”, da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer de Mato Grosso, financiado pela Lei Aldir Blanc.

O filme vai abordar as fragilidades e inseguranças decorrentes de um abuso sexual ocorrido na infância da personagem Maria. Aos 8 anos, ela foi estuprada por uma pessoa próxima à família e este episódio desencadeou uma série de medos e perturbações na personagem. Já adulta, Maria entra em um processo de ressignificação, cura e superação deste acontecimento que lhe causou tanto sofrimento.

Toda essa história será gravada na cidade de Alta Floresta, norte de Mato Grosso, entre os dias 18 e 22 de fevereiro. Mais de 70% do elenco e equipe nasceram ou moram no município e a iniciativa fortalece ainda mais o cenário audiovisual no interior do estado.

De acordo com a proponente do projeto e produtora executiva Renata Crizanto, os realizadores de audiovisual do estado já fazem grandes obras. “Eu acompanho muita coisa boa que é produzida aqui, inclusive os festivais de cinema do estado. Fazer parte desta história é uma grande oportunidade para fortalecer ainda mais cinema mato-grossense. Trabalhar com tantos profissionais excelentes no que fazem é maravilhoso”, declarou.

Para a roteirista e diretora Maria Andreia Santos, tudo é uma grande oportunidade. “Eu comecei a escrever esta história em 2016, mas, por motivos diversos acabei engavetando este sonho. Com a publicação deste edital percebi que era a grande chance de fazer esta história se concretizar e ainda prestigiar atores e equipes locais”, disse.

De acordo com dados divulgados pelo Ministério da Saúde e apurados pela ONG Childhood Brasil, no ano de 2019 foram registradas 86.837 denúncias de violações de direitos de crianças e adolescentes, aproximadamente 13,9% a mais do que no ano anterior (76.216). O número de denúncias não corresponde ao número de casos de fato constatados, mas dá uma ideia do tamanho do problema. Além disso, a evolução no número de denúncias pode indicar mais conscientização acerca do tema, o que é positivo. Dos 13 tipos de violações registradas pelo Disque-Denúncia em 2019, a violência sexual ocupa o 4º lugar.

“As consequências da experiência de sexualidade inapropriada e traumática imposta à criança, estarão presentes nos aspectos cognitivos, afetivos e relacionais de seu desenvolvimento, e pode determinar um funcionamento psíquico desorganizado e uma situação afetiva e relacional caótica”, destaca a psicóloga Priscila Ferrari.

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