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Internacional
Quinta - 04 de Março de 2021 às 05:31
Por: Crescer

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A pequena Madelyn Grant, de apenas cinco meses, de Ohio, nos Estados Unidos, precisou ser levada às pressas para o hospital depois de sofrer complicações da covid. Segundo The Sun, ela foi deixada pelos pais na creche no dia 2 de fevereiro, após se recuperar do coronavírus. No entanto, membros da equipe chamaram os pais novamente quando notaram manchas azuladas nas mãos e pés do bebê.

"Suas mãos e pés estavam azuis. Fui buscá-la e percebi que ela estava respirando com dificuldade. Foi absolutamente assustador. Meu primeiro instinto, como mãe, foi de questionar: 'O que está acontecendo?' Depois, meu segundo instinto, como enfermeira, é ter concluído que ela não estava recebendo oxigênio suficiente", lembra Lauren, 25 anos, que é enfermeira. "Meu marido e eu estávamos sentados ali, chorando, porque não sabíamos se ela ia sobreviver ou não", completou.

Heather Daniels, especialista em doenças infecciosas do Cleveland Clinic Children’s Hospital, para onde a menina foi levada, disse que a frequência de batimentos cardíacos também estava acelerada — cerca de o dobro de uma criança da sua idade. Madelyn, então, foi diagnosticada com uma complicação rara de covid chamada Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P). "Grande parte da reação do corpo à infecção anterior faz com que ela se intensifique e cause muita inflamação", explicou a médica.

Felizmente, cerca de 24 horas após receber tratamento, a menina estava fora de perigo. "Ela estava sorrindo de novo. Ela estava meio que se mexendo um pouco mais e isso realmente nos deu alguma esperança", comentou. Madelyn recebeu alta dez dias depois e está se recuperando em casa. Agora, Lauren está pedindo aos pais que monitorem seus filhos de perto, especialmente após eles se recuperaram recentemente do coronavírus. “Eu sinto que tivemos muita sorte porque Maddie não teve que ser colocada em um ventilador. É muito importante ser capaz de reconhecer esses sintomas em crianças", disse.

Já a médica encorajou os pais a ficarem atentos a uma febre prolongada e inexplicável, erupções cutâneas, olhos vermelhos, dor abdominal, dor no peito, diarreia ou dificuldade em respirar. Ela acrescentou que a maioria das crianças que recebem tratamento para a síndrome rara se recupera, mas alertou que, como é uma doença nova, os médicos ainda não têm certeza de suas implicações a longo prazo.

Nos Estados Unidos, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças, pouco mais de 2 mil foram diagnosticadas com SIM-P. Destas, cerca de 30 morreram.

De acordo com o Ministério da Saúde, a Síndrome Inflamatória Multissistêmica (SIM-P) tem manifestações clínicas similares à síndrome de Kawasaki típica, Kawasaki incompleta e/ou síndrome do choque tóxico. Entre os sintomas mais frequentes estão febre persistente acompanhada de um conjunto de sintomas como pressão baixa, conjuntivite, manchas no corpo, diarreia, dor abdominal, náuseas, vômitos e comprometimento respiratório.

Em maio de 2020, o Ministério da Saúde em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR) emitiu um alerta chamando atenção da comunidade pediátrica para a identificação precoce da síndrome no país. Países como Espanha, França, Itália, Canadá e Estados Unidos também identificaram casos em crianças e adolescentes. No Brasil, até 2 de janeiro deste ano, foram 646 casos confirmados de SIM-P, e 41 óbitos.





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