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Cidades/Geral
Sexta - 09 de Abril de 2021 às 10:27
Por: Por Pollyana Araújo, G1 MT

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Hospital Referência à Covid-19 (antigo Pronto-Socorro), em Cuiabá — Foto: Davi Valle
Hospital Referência à Covid-19 (antigo Pronto-Socorro), em Cuiabá — Foto: Davi Valle

Faltam medicamentos e insumos básicos para atender os pacientes com Covid-19 no Hospital Referência de tratamento de pacientes com a doença, em Cuiabá, e em outras unidades de saúde, entre elas as Unidades de Pronto Atendimentos (UPAs) dos bairros Pascoal Ramos e Morada do Ouro.

A escassez é confirmada pela própria secretaria. O caso está sendo investigado pelo Ministério Público Estadual.

Cuiabá tem, atualmente, 745 pacientes internados, sendo 243 em enfermaria e 293 em UTI. Desde o início da pandemia até agora, 2.265 moradores morreram na capital por causa da Covid-19.

Vários ofícios solicitando itens em falta e com estoque baixo foram encaminhados à Secretaria Municipal de Saúde pelas coordenações das unidades.

O principal problema é a falta dos sedativos para a intubação de pacientes com o vírus.

A escassez de medicamentos pode ocasionar na morte de pacientes, segundo cita um dos ofícios.

“A situação é crítica, podendo acarretar em complicações aos pacientes intubados e o aumento demasiado de óbitos”, diz trecho do documento encaminhado à secretaria, no dia 23 de março, pela coordenação da UPA do Pascoal Ramos.

A direção diz a unidade estava com lotação máxima e média de pacientes entubados e que, por causa disso, houve aumento significativo no consumo de alguns medicamentos específicos para a sedação e tratamento da Covid.

Os medicamentos são solicitados semanalmente à Central de Distribuição de Medicamentos e Insumos Hospitalares.

Porém, segundo o documento, em caso de emergência são efetuados pedidos complementares e argumentou que a unidade estava sem medicamentos solicitados para a sedação dos pacientes.

“Caso não seja providenciada a aquisição do material, corremos o risco de o paciente não receber o tratamento necessário, sendo assim, solicitamos a disponibilização desse material o mais breve possível para garantimos o bom funcionamento no atendimento humanizado a população”, argumenta.

Além da falta de medicamentos sedativos, faltam insumos básicos, como luvas, sondas e até gaze.

No dia 1º de abril, a Coordenação de Enfermagem do Hospital Referência para a Covid-19 de Cuiabá solicitou em caráter de urgência, à secretaria, via ofício, a reposição de compressas de algodão e informou que por causa disso a produção de gaze e compressa estéril estava paralisada.

Alta demanda

Em nota, a Secretaria de Saúde de Cuiabá diz que devido à pandemia do novo coronavírus alguns itens, principalmente os utilizados no tratamento e intubação de pacientes com Covid-19, estão escassos e que a situação se repete em outros municípios brasileiros.

A escassez, conforme o órgão, acontece também porque a capital tem prestado auxílio a hospitais particulares da capital e também do interior do estado, que buscam ajuda.

“A fim de suprir as necessidades da rede pública municipal de saúde, quando algum problema no fornecimento de medicamentos ou insumos é detectado, imediatamente a distribuição é reorganizada para atender as necessidades pontuais das unidades”, diz.

A Secretaria de Saúde afirma que tem mantido diálogo constante com as empresas fornecedoras a fim de evitar a falta desses medicamentos e insumos.

Sobre o caso do Hospital Referência, o município alega que a falta de alguns medicamentos já foi sanada com parte de um carregamento que chegou nesta semana.

Vítima da Covid-19

O pai de Thamiris Teodoro precisou de um sedativo que não tinha no hospital. Ele estava com Covid-19 e foi internado na semana passada, no hospital referência, que funciona no prédio do antigo Pronto Socorro de Cuiabá.

Ela gravou um vídeo relatando o desespero.

“Ele apresentou complicações e precisava ser sedado, até melhorar. Ele precisa ser sedado 100%. O médico me falou que o medicamento pode acabar a qualquer momento. Peço ajuda de vocês para divulgar o vídeo, porque o que vai ser do meu pai e de outros pacientes que estão lá?”, questiona. Depois que ela divulgou o vídeo, o pai dela morreu.





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