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Quinta - 15 de Abril de 2021 às 06:22
Por: Joanice de Deus/Diário de Cuiabá

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A Covid-19 quase dobra seu impacto no total dos óbitos naturais em relação a fevereiro passado
A Covid-19 quase dobra seu impacto no total dos óbitos naturais em relação a fevereiro passado

Desde o início da pandemia do novo coronavírus, Mato Grosso registrou, em março passado, o mês mais letal da Covid-19.

Tanto que um levantamento realizado, até a segunda-feira (12), nos Cartórios de Registro Civil, aponta o total de 1.293 óbitos provocados pelo vírus, o que representaram 56% de todas as 2.166 mortes no Estado.

De acordo com o levantamento, o número de óbitos por Covid-19, que no auge da primeira onda, em julho de 2020, chegaram a representar 36,6% dos óbitos por causas naturais no Estado, já havia dado sinais de que estava voltando a crescer em janeiro, representando 32,6% dos óbitos por doenças, mantendo uma curva de crescimento contínuo em fevereiro (33,8%).

Ao atingir 56% das mortes por doenças em Mato Grosso, a Covid-19 quase dobra seu impacto no total dos óbitos naturais em relação a fevereiro passado, até então o mês mais mortal.

No Brasil, foram 75.780 óbitos registrados pelo coronavírus, o que representou 48% do total de óbitos por causas naturais (mortes por doenças), totalizadas em 171.211 até a mesma data.

Os dados constam no Portal da “Transparência do Registro Civil”, base de dados abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e óbitos praticados pelos Cartórios de Registro Civil do país.

A plataforma é administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), cruzados com os dados históricos do estudo Estatísticas do Registro Civil, promovido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base nos dados dos próprios cartórios brasileiros.

Presidente da Arpen em Mato Grosso, André Luis Bispo, entende que o trabalho de transparência na prestação de informações à sociedade e ao poder público pode auxiliar em estratégias para que a crise melhore.

“O levantamento feito pelos cartórios demonstra o crescente registros de óbitos, o que demonstra a necessidade em realizar ações que possam inibir essa crise”, disse.

Outro número impactante da pandemia em Mato Grosso se refere à comparação entre o número de nascimentos e os óbitos registrados nos cartórios.

De acordo com a assessoria de imprensa da Arpen-Brasil, a diferença entre eles, que sempre esteve em média na casa de 2.900 mil – em média, nascem 2.900 mil crianças a mais do que a quantidade de óbitos registrados ao mês – caiu para 2.038 mil nascimentos, chegando a uma redução de quase 500 atos em relação à média histórica, e a 30% dos cerca de 3.5 mil registrados nos meses desde o início da pandemia.

A queda acontece mesmo em meio a uma “reação” das gestações no mês de março, que registrou um total de 4.584 nascimentos, 4% a mais do que fevereiro.

No entanto, O aumento no número de óbitos, que chegou a 2.546 em março, impediu à volta do crescimento vegetativo da população médio no Estado.

No Brasil, ainda conforme a assessoria, a diferença entre nascimentos e óbitos, que sempre esteve em média na casa dos 137 mil – em média, nascem 137 mil crianças a mais do que a quantidade de óbitos registrados ao mês – caiu drasticamente a “apenas” 47.939 mil nascimentos, chegando a uma redução de 90 mil em relação à média histórica, e à metade dos cerca de 90 mil registrados nos meses desde o início da pandemia.

O número de óbitos registrados no mês de março de 2021 ainda pode vir a aumentar, assim como o número de nascimentos e a variação das médias e da comparação entre nascimentos e óbitos para o período, uma vez que os prazos para registros chegam a prever um intervalo de até 15 dias entre o falecimento e o lançamento do registro no Portal da Transparência.





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