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Economia
Quinta - 16 de Setembro de 2021 às 20:03
Por: Estadão Conteúdo

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Lars Blankers / Unsplash
Batatas
Batatas

O preço da batata no atacado apresentou os maiores índices de aumento em agosto em quase todas as Centrais de Abastecimento (Ceasas), com exceção do Acre, informa a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), no 9º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), divulgado nesta quinta-feira, 16. O aumento do preço chegou até 66,17% em Brasília, no Distrito Federal, com o quilo a R$ 2,21 na média mensal.

A alta decorreu da redução de cerca de 4% na oferta e só não foi maior porque Estados produtores importantes mantiveram a produção, como Minas Gerais (4%) e São Paulo (30%). "A diminuição na oferta ocorreu a partir dos Estados da Bahia (-35%), Goiás (-37%) e Paraná, cujos decréscimos sucessivos a partir de janeiro chegaram aos níveis mais baixos do ano", diz a companhia.

A pesquisa da Conab considera as cinco hortaliças (batata, cenoura, cebola, tomate e alface) com maior representatividade na comercialização nas principais Ceasas do País e que registram maior destaque no cálculo do índice de inflação oficial (IPCA).

O boletim aponta que, para outras hortaliças, o movimento oscilou entre altas e baixas de preços. O tomate, por exemplo, ficou mais barato em alguns Estados, mas sofreu aumento especialmente na Região Sudeste. Nos primeiros dias de setembro alguns acréscimos também ocorreram, decorrentes da paralisação dos caminhoneiros.

Já os preços da cebola estiveram em patamares mais baixos em agosto, chegando a ser registrada rentabilidade negativa para produtores de algumas regiões. Isso também desmotivou as importações, que permanecem em baixa. "O mês de agosto foi de produção pulverizada, característica do segundo semestre", diz a Conab.

Quanto à cenoura, o cultivo a partir da região de São Gotardo (MG), principal produtora do País, aumentou em 20% e fez ceder os preços em parte dos mercados, em especial no próprio Estado de Minas Gerais. São Paulo também aumentou a oferta e registrou queda de preços. Para setembro o cenário tende a se repetir, porém o déficit hídrico pode ainda comprometer a produção.

A oferta de alface foi menor em agosto ante o mês anterior, o que se refletiu no preço em alguns mercados. Segundo a Conab, apesar da elevação das temperaturas em muitas regiões do País, que estimula o aumento do consumo, a demanda está desaquecida pelo baixo poder aquisitivo da população.

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Frutas

No segmento de frutas, o estudo da Conab também considerou os alimentos com maior participação na comercialização e no cálculo da inflação (banana, laranja, maçã, mamão e melancia).

No mês de agosto, quase todas as frutas tiveram alta de preços no atacado. Banana e mamão tiveram os maiores aumentos, seguidos da laranja, melancia e, por fim, a maçã com leves variações.

No caso da banana, o produto chegou a ficar 40,85% mais caro em Belo Horizonte (Ceasaminas) e 32,43% em Vitória (Ceasa-ES).

Quanto à melancia, houve registro de elevações dos preços no atacado, mas também aumento da disponibilidade da fruta goiana e tocantinense, decorrente da boa produtividade relacionada ao calor. A razoável demanda equilibrou a oferta e diminuiu a pressão sobre os preços.

Para a laranja, as geadas e estiagem acabaram influenciando na produção de frutas menores e murchas em meio a uma demanda desaquecida. Mas a indústria produtora de suco continuou absorvendo parte da produção e a temporada de exportações foi iniciada de forma positiva.

Já para o mamão, o cenário é de altos preços, com vários produtores controlando a comercialização em virtude da diminuição do cultivo, o que se refletiu nas oscilações de oferta verificadas nos entrepostos. Mesmo assim, de acordo com a Conab, as taxas de câmbio, a boa demanda externa e o aumento dos voos para o exterior favorecem a continuidade do bom volume de mamão exportado.

No mercado de maçã, houve oscilações nas cotações e elevação da oferta em diversas Ceasas, fruto dos estoques elevados nas classificadoras. Esse aumento da oferta em meio a uma demanda fraca ajudou a provocar queda de preços de maçãs mais caras (maiores calibres), diz a Conab.

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O levantamento dos dados foi realizado nas Centrais de Abastecimento localizadas em São Paulo/SP, Belo Horizonte/MG, Rio de Janeiro/RJ, Vitória/ES, Curitiba/PR, Goiânia/GO, Brasília/DF, Recife/PE, Fortaleza/CE e Rio Branco/AC que, em conjunto, comercializam a maior parte dos hortigranjeiros consumidos pela população brasileira.

Estadão





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