Nova geração do BMW Série 1 é difícil de simpatizar e fácil de amar

Se fosse uma mulher, o BMW 118i não seria daquelas que param o trânsito pela beleza ou que distribuem sorrisos a qualquer um. Ele faz o estilo fatal, porém só seduz a partir de um contato mais intimista.

E, como qualquer modelo da marca alemã, o novo Série 1 é para quem gosta de "pilotar". A tração traseira -incomum no segmento-é o tempero desse relacionamento de amor e ódio com o motorista.

O sistema oferece maior estabilidade em curvas e torna as correções de trajetória mais fáceis, além de aumentar a sensibilidade do volante.

Por outro lado, o fato de o motor estar na frente exige a instalação de um eixo que ocupa a parte central do assoalho, acrescendo peso e roubando espaço interno.

Azar de quem vai nos bancos posteriores, já que a gordurinha extra do cardã é compensada pelo motor 1.6. Com turbo de corpo duplo, ele despeja 170 cv sobre os pneus 205/50 R17, exclusivos da versão Sport (intermediária).
 

	Ivan Ribeiro/Folhapress

Na pista, o 118i acelerou da inércia aos 100 km/h em 7,1s, marca que o coloca ao lado de modelos de categoria superior, como o cupê Audi TT (2.0).

O pulo do gato está no câmbio automático de oito marchas, que possibilita conduzir o caçula da BMW também de forma econômica -note que ele beira os 1.400 kg.

Basta pressionar o botão "Eco Pro" no console para que o carro deixe a virilidade de lado e passe a focar o marcador de combustível. Com acelerador anestesiado, o computador de bordo aponta, na cidade, média de 10 km/l de gasolina -façanha de Chevrolet Agile 1.4.

Já o sistema de regeneração da energia de frenagem alimenta o ar-condicionado.

A segunda geração do Série 1 não evoluiu apenas em desempenho. O maior salto é percebido pelo tato. Agora, couro, alumínio e superfícies emborrachas decoram todo o interior do modelo.

A sofisticação se estende para o pacote de segurança e o de comodidade à bordo. A novidade é a central multimídia com acesso à internet (opcional) e o navegador que informa também a localização de estacionamentos.

Pela tela colorida no centro do painel é possível ainda consultar dados do manual do proprietário digitalizado.

Pelos R$ 123 mil que a BMW pede por ele, outras montadoras oferecem modelos igualmente sofisticados e ainda com mais espaço. Mas nenhum deles ostenta na grade a grife de uma marca premium nem vem com o nariz empinado de série.

Essa, aliás, é a principal característica estética desse hatch alemão, concebido assim por uma questão de segurança. Em caso de atropelamento, a frente alta é menos agressiva à vítima.