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Sexta - 20 de Abril de 2012 às 07:18
Por: JÉSSICA BENITEZ

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De 2010 a 2012, aconteceram quatro casos de devolução de crianças adotadas em Cuiabá. O mais recente ocorreu há pouco mais de 10 dias, quando duas crianças gêmeas retornaram ao abrigo de onde saíram devido à desistência dos pais adotivos. Para evitar essa traumatizante situação, a Associação Mato-Grossense de Pesquisa e Apoio à Adoção (Ampara), em parceria com o Poder Judiciário de Mato Grosso, iniciou ontem (19) o 9° grupo de casais e pessoas solteiras pretendentes a estabelecer a relação legal de filiação.

Ao todo serão realizadas quatro reuniões, nas quais os futuros pais devem ser conscientizados da responsabilidade que é adotar uma criança. Durante o primeiro encontro, o tema abordado foi ‘Aspectos Jurídicos da Adoção’, sendo os próximos ‘Compreendendo a Adoção’, ‘Construindo a Adoção’ e ‘Vivenciando a Adoção’. Desta vez, 31 pessoas estão participando do curso denominado como pré-natal da adoção, uma preparação determinada pela Lei Federal Nº 12.010/2009.

O casal de pastores missionários, Edna e Joide Miranda, fez o curso há um ano e meio. Eles optaram pela adoção após passarem 11 anos tentando ter um filho biológico. Ao fazer os exames necessários, Edna foi diagnosticada com endometriose, doença que acomete mulheres em idade reprodutiva com a presença de endométrios (revestimento interno do útero) em locais fora do órgão. Pouco tempo depois, uma moradora de rua, que havia acabado de dar à luz um menino, procurou o casal oferecendo a criança a eles.

Edna e Joide contam que esse método de adoção não é indicado, tendo em vista que é necessário respeitar a fila formada por pretendentes. Porém, como a mãe biológica impôs que eles fossem os pais, um juiz concedeu o menino ao casal. Hoje Pedro Miranda está com um ano de seis meses e é o orgulho da família. “O meu amor é tão profundo que vai além dos laços sanguíneos. As pessoas que não sabem do nosso caso até dizem que o Pedro é a cara do pai”, descreve a pastora.

Mãe de três filhos adotivos, a presidente da Ampara, Lindacir Rocha Bernardon, afirma que o pré-natal da adoção é essencial para que os futuros pais conheçam de fato o processo. Alguns pretendentes desistem antes da conclusão do curso, no entanto as desistências não são consideradas um fracasso, “ao contrário, elas são boas, pois evitam que futuramente mais crianças sejam devolvidas”, explica Lindacir. Nos últimos quatro anos, 10 desistências foram registradas em Cuiabá e Várzea Grande.

A devolução acontece ainda no período de convivência entre a criança e os pais adotivos, podendo acarretar sérios problemas psicológicos ao menor, já que mais um abandono é registrado em sua história.

Outro ponto bastante trabalhado durante o pré-natal é a adoção de menores com mais de 10 anos ou com deficiências tanto mentais quanto físicas. Crianças consideradas “velhas” ou “imperfeitas” acabam perdendo a oportunidade de se inserir em uma família, por não atenderem ao padrão procurado. Lindacir conta que muitas pessoas se abriram para essas adoções após passarem pela habilitação. Para entrar na fila da adoção o pretendente deve preencher uma ficha na Vara da Infância, passar pelo pré-natal da adoção e por último ser aprovado em uma avaliação psicossocial. O tempo de espera varia de acordo com o perfil escolhido.




Fonte: DO DC

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