Secretário da Defesa Civil diz que alerta em Teresópolis (RJ) demorou a soar
O sistema de alerta que avisa a população dos riscos de deslizamentos em Teresópolis, na região serrada do Rio, tardaram a soar na noite de sexta-feira (6) "porque não havia indicadores seguros do volume de água que iria cair", disse o secretário nacional de Defesa Civil, coronel Humberto Viana. Ele afirmou ainda que o sistema "pode ser melhorado".
Cinco pessoas morreram e 15 ficaram feridas por conta da chuva que atingiu a cidade anteontem (6).
Segundo Viana, quando a sirene tocou o primeiro deslizamento estava ocorrendo. "Quanto mais cedo recebermos a informação, mais cedo poderemos avisar à população."
Apesar do atraso, o secretário disse que "o sistema funcionou" e que muitas vidas foram salvas.
Editoria de Arte/Folhapress |
O prefeito de Teresópolis, Arlei de Oliveira Rosa, afirmou que a tragédia ocorrida no município poderia ganhar proporções maiores caso o governo não tivesse instalado sirenes de alerta nas comunidades que vivem em áreas de risco na cidade.
Segundo ele, o alarme das sirenes --instaladas após as chuvas de janeiro do ano passado que deixaram um saldo de quase mil mortes em toda a região, além de centenas de desaparecidos-- permitiu que muitas das famílias que vivem em áreas de risco pudessem deixar suas casas.
Na opinião de Humberto Viana, a melhoria do sistema depende de mais investimentos públicos em equipamentos, estudos e contratação de equipes técnicas, além do treinamento da população.
Segundo o secretário, a população será alertada para deixar as regiões em que a chuva atinja mais de 40 mm.
DESABRIGADOS
No último boletim divulgado pela Defesa Civil de Teresópolis subiu para 994 o número de desabrigados por conta das chuvas que atingiram a região. Cinco pessoas morreram e 15 ficaram feridas.
De acordo com a Defesa Civil, uma nova contagem apontou esse número, entre adultos e crianças. Foram interditadas 160 casas, sendo sete no bairro de Fátima, 30 no Perpétuo, 27 no Rosário, cinco no Barroso, duas no Pimentel, seis no Vale da Revolta, 75 em Araras e Santa Cecília, e oito na Coréia.
Tribuna de Teresópolis | ||
Temporal provoca duas mortes em Teresópolis, na região serrana do Rio de Janeiro |
Os desabrigados estão sendo encaminhados a cinco espaços organizados pela prefeitura. São eles: Escola Municipal Marilia Porto (rua Cecília Meirelles, 517, bairro de Santa Cecília), Ciep Sebastião Mello (rua Acre, 432 - Rosário), Centro Educacional Rose Dalmaso (rua Palmira Maria de Oliveira, 131, bairro de São Pedro), Creche São Pedro (rua Luis Noguê Júnior, 771 - São Pedro) e Associação de Moradores do Vale da Revolta.
Os mortos na tragédia são Joice Rosa, 16 anos, do bairro Quinta Lebrão; Jaílson Cunha, 26, do Pimentel; Keila Pires, 26 e Maria Helena, 56, do mesmo desabamento no Bom Retiro; e Rosângela Moraes, 42, de Santa Cecília.
Os feridos foram encaminhadas ao Hospital das Clínicas de Teresópolis ou para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento).
A Defesa Civil ainda informou que equipes estão realizando neste sábado avaliações de danos e vistorias.
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