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Economia
Quarta - 21 de Março de 2012 às 16:13
Por: Ricardo Campos Jr.

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Familia (Foto: Ricardo Campos Jr./ G1 MS)
Celular foi um dos presentes dados pela madrinha para Tauane, de 12 anos (Foto: Ricardo Campos Jr./ G1 MS)



O casal de professores Vilson Guedes da Silva, 46 anos, e Matilde da Silva Oliveira, 45 anos, dizem viver "situações delicadas" para driblar a influência dos parentes sobre a educação financeira da filha Tauane Oliveira Guedes, 12 anos. Segundo eles, a menina ganha R$ 60 de mesada para aprender a administrar e economizar dinheiro. No entanto, às vezes, ela recebe presentes caros e fora de época da tia, que também é sua madrinha.

Tauane (Foto: Editoria de Arte/G1)



(Na série Dinheiro na mão de crianças, o G1 mostra como os pais fazem para explicar situações econômicas do dia a dia para os filhos.)

Tauane disse ao G1 que não se importa com os mimos da madrinha e diz que aproveita em outras ocasiões o dinheiro que já tinha economizado. “Não é um sacrifício aceitar. Eu vou continuar economizando o dinheiro, mas eu vou ficar com o presente e vou adorar", diz.

Os agrados deixam os pais preocupados. O exemplo mais recente foi um celular, que a menina ganhou da madrinha antes de ter o suficiente para comprar com o próprio dinheiro. Outra vez, segundo o pai, ela ganhou um brinquedo antes mesmo de começar a economizar.

“Uma vez a minha filha queria uma boneca grande. Nós não podíamos ter esse custo e ela ganhou da madrinha”, disse Silva. “A influência externa vem de encontro com a educação que você coloca. Às vezes, não precisa.”

Silva conta que não impede a madrinha de dar os presentes, porque sabe que a intenção é boa. Ele tenta contornar a situação através de conversas com a filha. “Ela compra para fazer o agrado. Nós recebemos bem por ser um presente e também pela alegria do filho, mas depois ficamos preocupados.”

Matilde afirma que a menina pode se acostumar mal com os mimos, pois precisa saber economizar o dinheiro. Ela diz ter percebido que a filha dá mais valor às coisas que compra com o dinheiro da mesada do que àquelas que ganha de presente.

“Eles têm de economizar para ter prazer em comprar e usar aquilo que gostam, aquilo que querem”, disse a mãe.

Administrando "bônus"
Não há problema algum em receber presentes e dinheiro extra de parentes, explica Fabiana Cabral, que é professora de educação financeira de uma escola de Campo Grande. “A criança tem que saber que é necessário ter um objetivo para poupar. Se ela ganhar antes, não tem problema. Ela precisa criar um novo objetivo para o dinheiro que estava juntando.”

Fabiana diz que muitos pais ainda acreditam que seus filhos estão sendo “estragados” pelos parentes, porque o assunto dinheiro ainda é um tabu dentro das famílias. “A criança tem de ter a consciência do que é presente e do que é o dia a dia da família. Por isso é importante conversar sobre dinheiro com as crianças, expor as dificuldades da casa”, disse a professora.

Pensar que os filhos são muito novos para compreender a situação financeira da família é um erro que pode prejudicá-los no futuro. “A criança gasta, a criança quer possuir e ela tem que aprender a fazer isso com consciência. Caso contrário, você acaba privando a criança de ter o conhecimento sobre finanças”, diz Fabiana.

Família (Foto: Ricardo Campos Jr./G1 MS)
Pais ficam preocupados com o excesso de
presentes dados pela madrinha
(Foto: Ricardo Campos Jr./G1 MS)



A regra vale mesmo para agrados dados em dinheiro, de acordo com a professora. Os filhos têm que ser orientados para acrescentar as quantias extras na mesada que já haviam recebido e administrar os valores da melhor forma possível, podendo até economizar, mas nunca por longos períodos. “O presente também é uma forma de se obter dinheiro.

“A poupança tem que ser saudável, não pode traumatizar. O objetivo tem que ser concreto e poder ser comprado dentro de, no máximo, um ano”, explica Fabiana.





Fonte: Do G1 MS

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