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Polícia Brasil
Terça - 10 de Janeiro de 2012 às 13:07

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Dois suspeitos de participar de um esquema de corrupção que envolve vereadores do município baiano de Mucuri foram soltos na tarde de segunda-feira (9), informou o delegado Marcus Vinícius, coordenador da Polícia Civil de Texeira de Freitas, onde estavam custodiados.

Os suspeitos são um vereador da cidade de Nova Viçosa e o filho dele, enquadrados como financiadores de propinas oferecidas a parlamentares de Mucuri no intuito de beneficiamento no setor imobiliário, segundo denúncia do Ministério Público da Bahia. Segundo a polícia, a soltura foi providenciada após concessão de liminar pelo Superior Tribunal de Justiça.

Um empresário e sete vereadores de Mucuri, que estavam detidos na delegacia de Teixeira de Freitas, foram transferidos para o 13° Batalhão da Polícia Militar, segundo o delegado, por questão de superlotação na delegacia. Um outro vereador, autor da denúncia no MP-BA, tem mandado de prisão expedido, mas como ainda não se apresentou à polícia, está na condição de foragido. As prisões foram realizadas durante a Operação Caribe, ocorrida em dezembro de 2011. Apenas uma vereadora se manteve no cargo, Maria das Graças Araújo (PR).

A Casa legislativa ficou com apenas um vereador até o sábado (10), quando foram empossados oito suplentes dos vereadores detidos. Eles foram indicados pelo juiz do cartório eleitoral local, Leonardo Coelho, com base no número de votos obtidos nas eleições de 2008 e na fidelidade partidária, de acordo com a vaga deixada por cada coligação.

O presidente da Câmara passou a ser Vomberto Alves de Souza (PMDB). Além dele, foram nomeados Jair Gustavo Bittencourt (coligação PRDB-PSDB), Adenildo Conceição dos Santos (PSDB), José Mendes Fontoura (PMDB), Agnaldo Moreira da Silva (PDT), Agenor Simões de Oliveira (PSC), Carlos de Jesus Brito (PSC) e Antonio Henrique Kock Ferreguetti (PR). Nesta segunda-feira (9), primeiro dia de trabalho, os suplentes participaram de uma reunião na Casa.

Investigação

As prisões foram iniciadas no dia 22 de dezembro, dia em que foi deflagrada a Operação Mucuri. Seis vereadores de Mucuri, um de Nova Viçosa e o filho dele foram detidos. Alguns dias depois, em 27 de dezembro, uma vereadora investigada pela Operação se apresentou à polícia.

Segundo o delegado Marcos Vinícius, coordenador da Polícia Civil de Teixeira de Freitas, responsável pelas prisões, um dos suspeitos é cadeirante e responde em regime domiciliar. Outros dois, de acordo com ele, devem ter o pedido de liminar do habeas corpus concedido nesta segunda-feira.

Um outro vereador, que inclusive impetrou a denúncia que deu início à apuração do MP, tiveram mandados de prisão expedidos pela Justiça e, desde então, estão foragidos. "A evolução das investigações sinalizaram que ele fez a denúncia por conveniência. Provavelmente ficou insatisfeito com alguma quantia recebida", afirma. Junto a ele, o ex-presidente da Câmara, que renunciou ao cargo para se candidatar a prefeito de uma cidade mineira, também está foragido.

Três outras pessoas estão detidas suspeitas de financiar o esquema. São eles, um vereador da cidade de Nova Viçosa, o filho dele e um empresário. 

Denúncia

Os vereadores são suspeitos de receber propina de empresários para aprovar um projeto que criaria um loteamento no distrito de Itabatã, pertencente à Mucuri. Cada vereador teria recebido R$ 25 mil ou um lote e R$ 5 mil.

De acordo com o MP-BA, os empresários pagam "vultosas quantias" e doam bens aos vereadores, em troca de aprovação de projetos de leis de interesse do setor urbanístico, sem considerar questões de interesse público.

Município

Mucuri fica no extremo sul do estado, a cerca de 950 quilômetros da capital, e tem uma população com pouco mais de 36 mil habitantes, segundo informações do IBGE 2010.





Fonte: Do G1 BA

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