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Sexta - 18 de Outubro de 2013 às 20:15

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Após admitir publicamente, pela primeira vez, que o prefeito Mauro Mendes (PSB) não conseguirá cumprir sua promessa de campanha para construir o novo Pronto-Socorro de Cuiabá no seu mandato, o secretário municipal de Saúde, Kamil Fares (PDT), disse que já existe um “plano B” em andamento. Trata-se do Hospital das Clínicas, empreendimento particular fechado há cerca de 10 anos que será reaberto pela prefeitura a um custo de aluguel de R$ 130 mil por mês para oferecer mais 127 leitos para tratar pacientes com doenças crônicas que hoje lotam o Pronto-Socorro ocupando as vagas que poderiam ser disponibilizadas para atender casos de urgência e emergência.

A previsão do secretário Kamil Fares é que a unidade entre em funcionamento nos próximos 4 meses, ou seja, em meados de fevereiro de 2014. Pelos cálculos da secretaria essa nova unidade terá um custo mensal de cerca de R$ 6 milhões, sendo que 80% desse recurso deve vir do Ministério da Saúde, revelou o secretário. Os 20% restantes serão de contrapartida do município de Cuiabá. Espera que com a otimização dos custos a gente possa amenizar esses 20% porque a prefeitura realmente hoje tem alguma dificuldade financeira”,

Na verdade, a abertura do hospital com aval do Conselho Municipal de Saúde é uma medida para amenizar a falta de vagas na rede pública municipal e desafogar um pouco o Pronto-Socorro. No local, serão 127 leitos, mas não haverá pronto-atendimento. “Será exclusivo para tratamento de doenças crônicas, câncer, coração, cérebro e transplantes, explicou Fares.

Nem rico e nem pobre

Ao participar da audiência pública na Câmara de Cuiabá para divulgação do relatório parcial do SUS, Kamil Fares disse que o problema de hospitais sucateados e superlotados está presente em todo o Brasil. Falando de Cuiabá, ele ressaltou que não existem vagas em nenhuma unidade, tanto pública quanto privada. “Em Cuiabá não tem leitos de UTI nem para pobre e nem para rico. Tem dia que acordo pensando no caos que pode existir a qualquer momento”, lamentou.

O secretário foi questionado por jornalistas sobre a escolha de se abrir um hospital para pagar aluguel de R$ 130 mil por mês com 127 leitos e não priorizar a construção do novo Pronto-Socorro para oferecer 250 e oferecer tratamentos especializados em várias áreas. Respondeu que é uma questão de urgência, porque a vida não pode esperar.

“Quantos [pacientes] você acha que vão morrer até ele [prefeito] terminar o novo Pronto-Socorro que levará mais de 3 anos”, respondeu Kamil ao ser questionado por um dos jornalista sobre o porquê ele não priorize o término do novo PS e assim cumpra sua promessa de campanha. “Se você tiver um infarto hoje vai pra onde? Não vai pra lugar nenhum, porque não tem leito. Outro dia a avó da nossa deputada morreu por falta de UTI, inclusive na rede particular. Ela elogiou o Pronto-Socorro”, lembrou ele.

Ainda justificando a escolha pela abertura de um novo hospital que não atenderá todos os tipos de casos, o secretário falou sobre a realidade do PS que atende a demanda de todo o Estado. “Hoje no Pronto-Socorro Municipal um paciente me custa R$ 1.250 não importa a doença dele, são R$ 7 milhões por mês, o Pronto-Socorro é um hospital caríssimo e eu tenho pacientes ali que não precisam ficar. Se eu tirasse ele dali ia me custa R$ 100”, afirmou o secretário.

De acordo com Kamil Fares, o projeto já foi aprovado pelo Ministério da Saúde e até o começo do ano que vem a nova unidade deverá estar funcionando. “Já mandamos o nosso pedido e eles vão analisar agora e liberar isso pra gente”.

 





Fonte: A Gazeta

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