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Sexta - 18 de Outubro de 2013 às 18:57

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Segundo reitor em exercício, UFMT detectou esquema de fraude e informou faculdades bolivianas. (Foto: Renê Dióz/G1)

Segundo reitor em exercício, UFMT detectou esquema de fraude e informou faculdades bolivianas. (Foto: Renê Dióz/G1)

As faculdades bolivianas cujos diplomas de medicina são investigados pela Polícia Federal (PF) na operação “Esculápio” foram lesadas por um esquema de fraude. A afirmação é do vice-reitor e reitor em exercício da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), João Carlos de Souza Maia. Ele explicou nesta sexta-feira (18) que as instituições bolivianas tiveram seus nomes e assinaturas em diplomas de medicina em favor de 41 pessoas, mas só após comunicação da universidade mato-grossense ficaram sabendo que os supostos estudantes titulares dos certificados não tinham ainda sequer concluído o curso ou eram pessoas que jamais pisaram em seus campi.

Deflagrada nesta sexta, a operação "Esculápio" contra um esquema abrangente de pessoas que tentavam ingressar no exerício da medicina no Brasil com diplomas obtidos mediante fraude em instituições de ensino bolivianas. Duas pessoas investigadas chegaram a conseguir adentrar no mercado de trabalho como médicos ilegalmente em dois estados do país.

Reitor em exercício, Maia esclareceu que a UFMT foi denunciante deste esquema. Detentora de um processo próprio de revalidação de diplomas de medicina estrangeiros, a instituição mato-grossense recebeu este ano, em março, mais de 800 solicitações de revalidação de diplomas, de estrangeiros formados em faculdades de seus países ou de brasileiros formados em instituições estrangeiras.

Revalidação

O processo de revalidação da UFMT é composto por três fases: análise de documentos; prova teórica escrita; prova prática de habilidades clínicas.

Na primeira etapa deste ano, uma comissão da Faculdade de Ciências Médicas da UFMT começou a avaliar os documentos dos candidatos à revalidação e notou que, em 41 desses processos, havia incongruências.

Operação da PF deflagrou 41 mandados de busca e apreensão. (Foto: Assessoria/PF)


Operação da PF deflagrou 41 mandados de busca e apreensão nesta sexta-feira (18). (Foto: Assessoria/PF)
 

Na maior parte, as datas de conclusão dos cursos de medicina não eram compatíveis com as datas de início dos cursos de acordo com o tempo necessário de formação. Por exemplo, alguns candidatos afirmavam terem obtido diplomas numa data anterior ao início do período de residência médica. Em outros casos, o histórico escolar apresentado não era compatível com a data alegada de início do curso superior.

Detectado o problema, logo a UFMT barrou o avanço dos 41 candidatos no processo de revalidação do diploma e informou o caso ao Ministério Público Federal (MPF), à Polícia Federal (PF) e ao Ministério da Educação (MEC).

Entenda o esquema

- 41 pessoas investigadas conseguiam diplomas de medicina na Bolívia mediante fraude;

- O objetivo dos investigados era, então, fazer prova de revalidação do certificado no Brasil;

- Após ter a situação regularizada através da fraude, os investigados tentariam ingressar no programa Mais Médicos, segundo a PF.

Instituições
A universidade, lembra Maia, também fez contato com as instituições bolivianas que supostamente emitiram diplomas em favor dos candidatos barrados na revalidação da UFMT.

Segundo o reitor em exercício, a direção das instituições consultou os dados internos e chegou à conclusão de que os 41 candidatos eram pessoas que não haviam concluído ainda os cursos ou nem tinham sido matriculados como estudantes, de forma que os diplomas investigados pela PF foram falsificados ou até mesmo emitidos de boa-fé pelas próprias faculdades, mas com emissão obtida mediante fraude contra as instituições.

Não se sabe ainda se os atos contaram com a participação de funcionários das faculdades ou se partiram exclusivamente dos candidatos que se beneficiariam dos diplomas para ingressar no exercício da profissão no Brasil.

Ainda de acordo com Maia, esta foi a primeira vez que a UFMT detectou indícios de irregularidades nos documentos apresentados por candidatos à revalidação de diplomas. Ele assegurou que a comissão responsável por conduzir estes processos e “filtrar” a documentação deverá deixar o controle sobre esses papéis ainda mais rígido a partir de agora.





Fonte: Do G1 MT

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