Egito revisa taxa de participação no 1º turno eleitoral para 52%
A taxa de participação no primeiro turno da primeira fase das eleições legislativas no Egito foi de 52%, e não 62%, como havia sido indicado em um primeiro momento, anunciou nesta segunda-feira o chefe da Alta Comissão Eleitoral.
"Depois do controle da votação, a taxa de participação na primeira etapa das legislativas (28 e 29 de novembro) foi de 52%, e não 62%, como foi anunciado na primeira coletiva de imprensa", afirmou Abdel Moez Ibrahim, presidente da Alta Comissão Eleitoral.
A taxa de participação de 62% anunciada em um primeiro momento para a primeira eleição depois da queda do presidente Hosni Mubarak foi classificada de "histórica" pelos observadores.
O segundo turno desta primeira fase eleitoral, que envolve três regiões do Egito e que inclui Cairo e Alexandria, começou hoje e terminará nesta terça-feira.
Os colégios eleitorais voltaram a abrir suas portas em nove províncias do Egito quase sem filas. Ao contrário do primeiro turno, ocorrido entre os dias 28 e 29 de novembro, quase não havia eleitores reunidos no exterior de dois colégios do centro do Cairo, guardados por militares.
Entre hoje e amanhã, os eleitores terão que escolher neste segundo turno entre 104 candidatos das listas abertas para cobrir 52 cadeiras que ficaram vagas após a rodada inicial por não conseguirem votos suficientes.
O novo pleito acontece depois da arrasadora vitória dos islamitas no primeiro turno, no qual o grupo político dos Irmãos Muçulmanos, o PLJ (Partido Liberdade e Justiça), ficou com cerca de 36% dos votos, enquanto os salafistas de Al Nour ficaram com 20%.
Segundo o jornal "Al Ahram", neste segundo turno os candidatos do PLJ e de Al Nour disputam 23 cadeiras, enquanto concorrem pelo resto dos assentos não só os islamitas, mas também as forças políticas liberais.
Odd Andersen/France Presse | ||
Soldados e policiais fazem guarda na entrada de colégio eleitoral na cidade do Cairo |
As eleições para a câmara baixa do Parlamento ou Assembleia do Povo se dividem em três períodos, a última das quais acontecerá em janeiro próximo. Depois será eleita a câmara alta ou Shura em outros três rodízios que terminarão em março.
RESULTADOS
Dados oficiais divulgados no domingo pela Alta Comissão Eleitoral egípcia mostram que o Partido da Liberdade e da Justiça (PLJ), braço político da Irmandade Muçulmana, obteve 36,62% dos votos, os salafistas fundamentalistas do Al Nour, 24,36%, e uma terceira lista islâmica moderada, o Wassat, obteve 4,27%.
O Bloco Egípcio, principal coalizão liberal, obteve 13,35%. Os liberais, divididos em seis listas, alcançaram um total 29,39% e são os grandes derrotados desta eleição.
"Saudamos a opção do povo egípcio", declarou Ahmed Sobea, porta-voz do PLJ. "O Egito necessita agora que todas as partes cooperem para sair da crise", acrescentou Sobea, referindo-se à violência registrada nos dias anteriores às eleições.
O secretário-geral da Alta Comissão Eleitoral, Yusri Abdel Karim, informou que o número de cadeiras atribuído a cada lista só será anunciado depois do término das eleições da Assembleia Popular (Câmara de Deputados) em todas as regiões administrativas, em 10 de janeiro.
A primeira fase das eleições ocorreu em um terço do território. O restante das vagas será preenchido em outras etapas da eleições, que ocorrerão até janeiro. Em março, os egípcios voltarão às urnas para eleger a Shura, Câmara Alta consultiva.
O índice da participação nesta primeira etapa da eleição no Egito --país muçulmano mais populoso do mudo árabe (mais de 80 milhões de habitantes)-- foram históricos 62%.
Comentários