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Economia
Domingo - 27 de Novembro de 2011 às 11:03

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Na filial brasileira da indústria sueca SKF, a ordem é economizar engenheiros. A dificuldade em encontrar profissionais dessa área levou a companhia a criar ferramentas para economizar o corpo técnico com formação universitária. Um setor foi criado na sede da empresa, em Cajamar, na Grande São Paulo, para realizar o serviço de manutenção de máquinas de indústria pesada de forma remota, reduzindo o deslocamentos dos engenheiros ao mínimo necessário.

 

O presidente da SKF, Donizete Santos, conta que parte dos engenheiros da empresa se concentra na manutenção de máquinas de indústrias pesadas, como papel, celulose e siderurgia. Antes, esses profissionais trabalhavam diretamente na sede dos clientes. Com a criação do novo departamento em Cajamar, os engenheiros passaram a fazer esse trabalho a partir da sede. "Fazemos o diagnóstico remoto e conseguimos resolver o problema em 75% dos casos, economizando o tempo da equipe.".

Outra saída para combater a escassez deste tipo de profissional foi transformar os engenheiros da companhia em mentores do corpo técnico - que passa a responder pela revisão de alguns processos dentro da companhia. "Há também uma dificuldade em se encontrar técnicos em mecatrônica e elétrica, por exemplo. A diferença é que conseguimos treinar esse tipo de profissional internamente, reduzindo nossas carências", diz Santos.

O conglomerado sueco, que também produz rolamentos para o setor automotivo no Brasil, defende-se do aumento da rotatividade - que atinge principalmente os profissionais de nível superior que trabalham na companhia - com armas tradicionais. A principal delas é a oferta de treinamentos no exterior, algo facilitado pelo fato de a empresa ter negócios em 140 países. "Temos uma rotatividade bastante baixa, de 1,75% do quadro ao ano. A saída de engenheiros é mais alta, mas não está acima de 4%", ressalta o executivo, que entrou há 22 anos na SKF e está no comando da operação local desde 2003.

Cenário atípico. O assédio da concorrência criou um "cenário atípico" no mercado brasileiro de executivos, na opinião da diretora de recursos humanos da divisão de nutrição infantil da Danone, Vanessa Proença. Segundo ela, ao contratar profissionais-chave atualmente, a empresa terá de se conformar em pagar um salário mais alto. "E, por causa da falta de talentos no mercado, somos obrigados a abrir mão de algumas qualificações."

Por isso, afirma Vanessa, é preciso que os RHs estejam atentos à adequação dos salários das pessoas contratadas há mais tempo à realidade atual. "Isso pode ser feito com a priorização do desenvolvimento interno quando surgem novas oportunidades", diz a executiva. "É uma forma de motivar a equipe, mostrando que a empresa oferece alternativas de crescimento." / F.S.






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