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Nacional
Sexta - 25 de Novembro de 2011 às 18:26
Por: Igor Mello

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O Ministério Público do Rio de Janeiro e a Polícia Civil apresentaram nesta sexta-feira dois advogados suspeitos de pertencer a uma quadrilha que teria causado um desfalque de mais de R$ 10 milhões com base em indenizações conseguidas a partir de documentos e procurações falsas. José Oriosvaldo Brito da Silva e Anderson Gadelha, presos nos bairros da Tijuca e do Flamengo na Operação Em Causa Própria, serão transferidos para o presídio de Bangu 8.

De acordo com a promotora Dora Beatriz Wilson da Costa, os presos utilizavam dados de pessoas com o nome sujo no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e cadastros no programa Minha Casa, Minha Vida para obter as informações necessárias para as falsificações. "Como todos são advogados, eles se aproveitavam da fé pública da profissão para apresentar procurações e documentos sem comprovação em cartórios. Eles conseguiam dados básicos das vítimas no sistema do SPC, que é utilizado normalmente pelos advogados. Também temos indícios de que eles receberam dados do Minha Casa, Minha Vida, então é provável que alguém de dentro tenha vazado essas informações", disse.

A promotora afirmou que a suspeita surgiu dentro do próprio Tribunal de Justiça. "Diversos juízes notaram o grande volume de processos similares na área cível e comunicaram os seus superiores, que instituíram uma comissão para averiguar essa suspeita. Posteriormente, o MP e a 1ª DP (Praça Mauá) foram acionados para dar seguimento às investigações. Eles atuavam pelo menos desde 2007".

De acordo com o delegado Aldrin Rocha, responsável pela investigação na 1ª DP, a quadrilha deve ter ao menos 20 profissionais envolvidos. Ele afirmou que, além das prisões, foram feitas apreensões de processos judiciais e documentos que ajudaram a provar as acusações, para que novos mandados de prisão sejam expedidos. "Encontramos espelhos de identidade em branco e diversas carteiras de motorista com a mesma foto, mas nomes diferentes. Esses documentos vão nos ajudar a comprovar a participação destas pessoas no crime", disse.

Ainda segundo Aldrin Rocha, o líder do esquema, Jorge Batista, está foragido e teve seu registro na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) cassado. "Nós já estamos coletando informações sobre o paradeiro dele. A prisão vai acontecer em breve, provavelmente já na próxima semana. Tudo leva a crer que ele era o mentor do grupo".

Os presos devem ser indiciados pelos crimes de formação de quadrilha, estelionato, falsificação ideológica e falsificação e uso de documentos falsos. Se condenados, a pena pode ser de pelo menos 20 anos de prisão.






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