Um levantamento da Polícia Civil de Mato Grosso aponta que 299 pessoas foram assassinadas na capital e na cidade vizinha Várzea Grande no período de 304 dias - de 1º de janeiro a 31 de outubro deste ano, o que representa uma média de quase um homicídio por dia. O número de mortes em 10 meses já se aproxima do total de 310 homicídios registrados em todo do ano passado.
Segundo o diretor metropolitano da polícia civil, o delegado Luciano Inácio da Silva, o tráfico de drogas é apontado como o principal motivo para a maioria dos crimes cometidos. Ainda segundo o delegado da Polícia Civil, as investigações solucionaram mais de 70% dos assassinatos ocorridos neste ano, porém ele tem cobrado uma maior participação da comunidade, com denúncias, para resolver os crimes.
Excesso de mortes
O número de mortes na região metropolitana da capital chama ainda mais atenção quando se leva em consideração também o número de latrocínios (roubo seguido de morte). Somando o total de latrocínios e homicídios, foram registrados neste ano 319 mortes nas duas principais cidades do estado. Que dizer que, neste ano, a polícia registrou mais de uma morte violenta por dia.
Um dos casos que mais chamou a atenção aconteceu no mês de setembro. O empresário Índio do Brasil Ferreira Araújo, de 51 anos, foi morto a tiros por dois bandidos que roubaram o pet shop que pertence à filha dele. A morte dele aconteceu quando o estabelecimento foi assaltado pela segunda vez em um único mês pelos mesmos bandidos. Os dois suspeitos foram presos, mas a indignação da família ainda continua.
“A gente ainda está retomando um caminhar que a gente ainda não reconstruiu. Mas além da tristeza e da perda imensa que a gente sente, ainda permanece o sentimento de indignação e abandono social”, comentou a mulher do empresário, Nivanda França de Araújo. “Eles deixaram um vazio imenso em nossa história familiar”, declarou.
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