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Internacional
Sábado - 22 de Outubro de 2011 às 16:20

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Os líbios deverão poder votar dentro de oito meses para eleger um conselho nacional, que irá elaborar uma nova constituição e formar um governo interino, disse o primeiro-ministro Mahmoud Jibril neste sábado.

Após a morte de Muammar Kadafi nesta semana, a prioridade é remover armas das ruas da Líbia, restaurar a estabilidade e a ordem e começar um processo de reconciliação nacional, afirmou Jibril no Fórum Econômico Mundial, na Jordânia.

"A primeira eleição deve acontecer dentro de um período de oito meses, no máximo, para constituir um congresso nacional na Líbia, algum tipo de Parlamento", disse ele.

"Esse congresso nacional teria duas tarefas: elaborar uma constituição, sobre a qual teríamos um referendo, e, segundo, formar um governo interino para durar até que as primeiras eleições presidenciais sejam realizadas."

O Conselho de Transição Nacional (CTN) da Líbia disse que planeja declarar a total "liberação" do país no domingo, após o assassinato de Kadafi por combatentes que invadiram Sirte, sua cidade natal.

Jibril disse que a morte de Kadafi fez com que ele se sentisse "aliviado e renascido", alcançando o objetivo principal que unia milícias e batalhões do Exército contra forças leais ao líder desde que a insurgência começou, em fevereiro.

A estabilidade exigirá que o CNT ¿ constituído por liberais seculares, islamistas e anciãos tribais ¿ prove disposição para conciliação, uma qualidade detestada durante o regime ditatorial de Kadafi.

O progresso dependerá de duas coisas, disse Jibril, que afirmou também que espera poder renunciar ainda neste sábado.

"Primeiro, que tipo de determinação o CNT mostrará nos próximos dias, e a outra coisa depende principalmente do povo líbio: se eles diferenciam o passado e o futuro", afirmou.

"Eu estou contando com eles para olhar adiante e lembrar o tipo de agonia que eles passaram nos últimos 42 anos." Jibril disse que o país do norte da África - que Kadafi transformou em grande exportador de energia - precisa de visão para encontrar outra fonte de renda, porque a Líbia já consumira 62% de seu petróleo.

"Nós precisamos aproveitar essa oportunidade muito limitada", afirmou. "Nós deveríamos usar esse momento apropriadamente para construir uma economia alternativa o mais rápido possível."

Insurreição líbia culmina com queda de Sirte e morte de Kadafi
Motivados pelos protestos que derrubaram os longevos presidentes da Tunísia e do Egito, os líbios começaram a sair às ruas das principais cidades do país em fevereiro para contestar o coronel Muammar Kadafi, no comando desde a revolução de 1969. Rapidamente, no entanto, os protestos evoluíram para uma guerra civil que cindiu a Líbia em batalhas pelo controle de cidades estratégicas de leste a oeste.

A violência dos confrontos gerou reação do Conselho de Segurança da ONU, que, após uma série de medidas simbólicas, aprovou uma polêmica intervenção internacional, atualmente liderada pela Otan, em nome da proteção dos civis. No dia 20 de agosto, após quase sete meses de combates, bombardeios, avanços e recuos, os rebeldes iniciaram a tomada de Trípoli, colocando Kadafi, seu governo e sua era em xeque.

Dois meses depois, os rebeldes invadiram Beni Walid, um dos últimos bastiões de Kadafi. Em 20 de outubro, os rebeldes retomaram o controle de Sirte, cidade natal do coronel e foco derradeiro do antigo regime. Os apoiadores do CNT comemoravam a tomada da cidade quando os rebeldes anunciaram que, no confronto, Kadafi havia sido morto. Estima-se que mais de 20 mil pessoas tenham morrido desde o início da insurreição





Fonte: REUTERS

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