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Polícia Brasil
Quarta - 19 de Outubro de 2011 às 12:41
Por: Juliana Cardilli

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Juliana Cardilli/G1
Karina procurou ajuda nas redes sociais para localizar irmão que estava desaparecido.
Karina procurou ajuda nas redes sociais para localizar irmão que estava desaparecido.
A técnica em radiologia Karina Fogaça, de 30 anos, resolveu fazer uma campanha no Facebook para localizar seu irmão Renan Fogaça, de 22 anos, desaparecido na noite de sábado (15) ao ser levado por criminosos em seu carro, após ser tratada, segundo ela, com descaso pela polícia. O jovem só foi encontrado na segunda-feira (17), no Hospital Estadual de Diadema, no ABC. Ele foi baleado na cabeça e morreu nesta terça-feira (18).

Karina procurou o 98º Distrito Policial, no Jardim Miriam, Zona Sul de São Paulo, ainda na noite de sábado. Renan se preparava para ir à casa da namorada quando foi levado por criminosos. Segundo uma testemunha, ele lia no carro quando foi abordado por homens em outro veículo. A família procurou a delegacia, registrou o boletim de ocorrência, mas disse ter ouvido dos policiais que eles não poderiam ajudar.

A Secretaria de Segurança Pública do estado de São Paulo informou que irá emitir ainda nesta quarta-feira (19) uma nota comentando o caso.

“Eles não deram muita atenção, disseram que não tinha o que fazer, que tinha que esperar. ‘A gente não pode te ajudar, nós somos plantonistas’. A gente pegou o carro e começou a rodar em todos os lugares procurando ele”, contou a jovem. “Resolvi colocar no Facebook por causa do descaso dos policiais.”

O fim de semana passou sem notícias para a família, até que na segunda-feira (17) Karina voltou à delegacia para registrar que foram feitos três saques com o cartão do irmão ainda na noite de sábado em uma agência bancária de Diadema. O boletim de ocorrência complementar também registrou que Renan ainda não havia retornado para casa.

“Umas duas horas depois ligaram para mim de lá pedindo mais dados para o boletim. Voltei na delegacia e a delegada perguntou a roupa que ele usava, as características”, contou a jovem. A polícia informou, então, a Karina que havia um jovem com as características de seu irmão no hospital de Diadema, e pediu que ela fosse até o local. A jovem seguiu acompanhada de um investigador e um delegado, e logo reconheceu o irmão.

Segundo a técnica de radiologia, o hospital informou que Renan deu entrara às 22h38 de sábado. Na madrugada de domingo, funcionários ligaram para o 98º DP informando sobre a entrada de um homem com ferimento a tiro na cabeça, mas os policiais não relataram o caso de Renan. “Eu já tinha feito o meu BO. Eles podiam pelo menos ter entrado em contato comigo”, afirmou a jovem. “Na segunda, a delegada que trabalha lá mesmo deve ter visto as informações e me chamou.”

mãe facebook (Foto: Juliana Cardilli/G1)
Mãe de Renan, Nazaré Fogaça, mostra foto do filho
morto após ter sido levado por criminosos (Foto:
Juliana Cardilli/G1)



Redes sociais
Segundo a jovem, a repercussão no Facebook foi tanta que os próprios médicos e enfermeiros do hospital haviam visto o caso de Renan, mas não reconheceram o paciente. Karina também contou ter recebido no domingo a ligação de uma delegada de Diadema, que se sensibilizou com a história e disse que iria ajudá-la – a jovem colocou na página que acreditava que o irmão estivesse na cidade. O carro de Renan foi encontrado nesta terça na divisa entre Diadema e São Paulo – segundo Karina, foi essa delegada que ligou para avisá-la.

Na manhã desta quarta-feira, a casa da família na região da Pedreira, Zona Sul da cidade, estava cheia de parentes e amigos que tentavam confortar a família. Renan é descrito por todos como um jovem calmo, amoroso, carinhoso e que não dava problemas.

“A revolta que eu tenho é muito grande. Ele era muito bonzinho, um filho hiper amoroso, não bebia, não fumava, quieto, tímido”, contou a irmã. A família descarta que o crime tenha acontecido por vingança. “Ele não tinha problemas, não tinha brigas, nenhuma ameaça.”

O corpo de Renan deverá ser enterrado às 17h desta quarta-feira noCemitério e Crematório Horto da Paz, em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo.





Fonte: Do G1

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