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Saúde
Quarta - 28 de Setembro de 2011 às 15:02

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As bactérias constituem um grupo bastante amplo de microorganismos causadores de uma série de doenças. Nas últimas décadas, a incidência de muitos desses agentes nos seres humanos vem aumentando de forma significativa.

Conforme dr. Mauro Gomes, presidente da Comissão de Infecções Respiratórias e Micoses da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT), bactérias emergentes são microorganismos novos ou já conhecidos que, por algum motivo, adquiriram novo perfil de resistência a antibióticos, apresentando maior gravidade que os demais.

“Uma das principais bactérias pertencente a este grupo, do ponto de vista pneumológico, é a burkholderia cepacia, que causa infecções em pessoas portadoras de doenças pulmonares crônicas – como fibrose cística e bronquiectasias – agravando as doenças preexistentes”, explana.

Segundo ele, há também a stenotrophomonas maltophilia,  causadora de infecções hospitalares em indivíduos debilitados por ser resistente a muitos dos agentes antimicrobianos atualmente disponíveis no mercado. Também ocorre na fibrose cística e bronquiectasias, agravando essas doenças.

Já os bacilos entéricos podem ser encontrados nos pulmões de pessoas com doenças crônicas. De modo geral, não são associados a uma doença grave, mas há uma variação dela, mais conhecida como KPC, que pode causar pneumonia de modo grave e letal. “É a bactéria que ficou conhecida na imprensa como a ‘superbactéria’”, lembra dr. Mauro.

Existem também as micobactérias não-tuberculosas, cada vez mais reconhecidas, que podem causar sérias infecções pulmonares, muitas vezes confundidas com a tuberculose, porém com um tratamento diferente.

Sintomas

Tais bactérias não possuem sintomas característicos próprios e causam infecções comuns, como a infecção urinária e a pneumonia. “Os sintomas são praticamente os mesmos de qualquer outra infecção: febre; prostração; dores no corpo, especialmente na bexiga, quando a infecção atinge o trato urinário; e tosse, nos episódios de pneumonia”.

Contágio e tratamento

Dr. Mauro afirma que a transmissão ocorre na quase totalidade dos casos em ambiente hospitalar através do contato com secreções de pacientes infectados. Isso pode acontecer quando não são respeitadas as normas básicas de desinfecção e higiene.

“A KPC e a E. Coli, por exemplo, se alojam no tubo digestivo e podem ser eliminada pelas fezes, contaminando outras pessoas pelo contato direto do paciente portador da bactéria com um cuidador, como por exemplo o enfermeiro”.

O tratamento deve ser feito com antibióticos de uso hospitalar. A dificuldade para o tratamento da KPC é a sua resistência aos antibióticos mais modernos e recentes, dificultando a sua erradicação.

Saúde Pública

O surgimento de bactérias resistentes a antibióticos tem sido relacionado a múltiplos fatores, sendo o uso indiscriminado dos antibióticos um dos mais importantes. Para dr. Mauro, a restrição à venda de antibióticos sem receita é um grande fator para se evitar o surgimento de novas bactérias resistentes.

“O respeito às normas de higiene e desinfecção hospitalar é outra relevante medida. Os portadores dessas superbactérias devem ficar isolados nos hospitais até a erradicação da infecção”, finaliza.






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