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Polícia Brasil
Sábado - 24 de Setembro de 2011 às 12:09
Por: LAíS CAMARGO

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Ilustração

Em outubro do ano passado o catador de lixo de 48 anos, Celso Rodrigues Oliveira, matou a facadas, estuprou, bebeu o sangue e ocultou o corpo de uma criança de 10 anos em Mundo Novo. Ontem a noite, o Júri Popular chegou ao veredicto de 37 anos e quatro meses de condenação.

A justiça analisava se Celso havia mantido relações sexuais com a vítima ainda viva, configurando assim estupro - ou com ela morta, o que geraria a desclassificação para vilipêndio a cadáver. Na prática, a resposta poderia resultar em uma diferença imensa no tempo de condenação. Celso acabou sendo condenado por ambos os crimes. A defesa alegou insanidade mental de Celso, tese refutada pelos jurados.

Entenda o caso

Celso Rodrigues Oliveira, de 48 anos, morou de favor por dois anos, em um pequeno barraco que ele mesmo havia construído nos fundos de uma residência localizada no bairro São Jorge, periferia da cidade de Mundo Novo. O casal, proprietário do terreno, que morava na casa da frente, tinha uma filha de dez anos, da qual Celso era uma espécie de tutor, já que os pais da menor trabalhavam o dia inteiro, enquanto o catador fazia seu próprio horário de serviço.

No dia 24 de outubro de 2010, Celso convidou a menina para ir tomar banho no córrego, que passava nos fundos de uma fazenda em que seu irmão trabalhava. Sabendo antecipadamente que seu irmão não estaria no local, ele orientou a menor a mentir para a mãe, dizendo que iria à piscina na casa de uma amiga. Enquanto ela o esperava em uma rua próxima, ele pegou uma faca de cozinha colocou na cintura e seguiu com a garota de bicicleta até a propriedade rural.

Nas proximidades do rio Viticuê, ele pediu a menina em namoro, proposta recusada por ela, que disse estar apaixonada por um adolescente de 14 anos. Ele então desferiu um golpe de faca em seu pescoço e dois no abdômen. Enquanto a menina sangrava, pois segundo o Autor, ela demorou cerca de uma hora para morrer. Ele dizia que a amava já há dois anos, porém sempre foi rejeitado e por isso agiu daquela forma.

Segundo Celso, após a menina morrer, ele a teria beijado e em seguida penetrado sua vagina e seu ânus, porém, ele não explicou a origem de diversas marcas de unhas deixadas pela vítima em suas nádegas, tórax e braços, sugerindo que ela teria oferecido resistência a um possível crime sexual. Laudo médico comprovou que ela era virgem, tendo seu hímem rompido por Celso.

Ele afirmou ainda que deixou o corpo em cima de uma árvore e seguiu rumo a Mundo Novo, mas após percorrer alguns quilômetros, retornou ao local do crime, cavou a terra com as próprias mãos, e em seguida enterrou o corpo. Quando chegou em casa e notou o desespero dos pais, devido ao desaparecimento da filha, ele ainda ajudou nas buscas a menina.

Celso foi preso no dia seguinte, graças à informação de um rapaz que seguia pela rodovia BR-163 e tinha avistado o autor com a menor em sua bicicleta no dia do desaparecimento. Ele então confessou o crime e levou os policiais até o local, onde fez questão de desenterrar o corpo. Ele foi transferido às pressas da Cadeia Pública de Mundo Novo para outra unidade de segurança, pois a população, revoltada com o horrendo crime, tentou fazer um linchamento público.

Ele foi pronunciado pelo Juiz da Vara Criminal da Comarca de Mundo Novo pela prática dos crimes de homicídio, praticado com dissimulação, através de método cruel, além de tratar de vítima menor de 14 anos.

Na casa do acusado, foram encontradas várias fotos de crianças do sexo feminino, brinquedos de meninas, revistas pornográficas e quatro folhas de cadernos escritas com declarações de amor. O pai da menina, não suportou a situação e morreu uma semana após a morte da filha.






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