Repórter News - reporternews.com.br
Tecnologia
Segunda - 15 de Agosto de 2011 às 14:34

    Imprimir


AFP
Um grupo de astronautas acaba de bater um recorde mundial ao fazer a missão espacial mais longa da história depois de permanecer 438 dias presos em uma grande cápsula.

Trancados desde 3 de junho de 2010 em um conjunto de módulos cilíndricos que constituem um simulador de ida e volta à Marte, eles vão passar um total de 520 dias em um experimento montado em um galpão no bairro de Khoroshevski, em Moscou, capital da Rússia.

O objetivo é analisar as condições físicas e psicológicas e a tolerância dos membros de uma tripulação durante um voo interplanetário.

A tripulação é formada pelos russos Alexey Sitev, Sukhrob Kamolov e Aleksandr Suvorov, o francês Romain Charles, o ítalo-colombiano Diego Urbina e o chinês Wang Yue.

O período de isolamento na falsa nave de 180 m2 se refere à duração de uma verdadeira viagem para Marte, com 250 dias de ida, 30 dias de permanência e 240 dias de volta.

O retorno dos cosmonautas à Terra está previsto para o dia 5 de novembro deste ano.

Valeri Polyakov, o titular do recorde real de permanência no espaço (437 dias), disse ao Daily Telegraph que seria melhor para os astronautas da missão Mars500 se concentrar no futuro.

- É melhor não contar agora quanto tempo já passou, mas pensar que ainda há muito. Há um efeito positivo.

Polyakov passou 437 dias em órbita na estação espacial Mir, entre 1994 e 1995.

Na missão Mars500, toda a comunicação com o centro de controle foi planejada para acontecer com atraso de 20 minutos, como ocorreria em uma missão real interplanetária. A dieta é baseada na alimentação dos astronautas que estão na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), plataforma para estudos científicos que fica a aproximadamente 350 km da Terra. No cardápio constam refeições prontas, cereais, geleias, barras de proteínas e sucos de caixinha.

A monotonia certamente não faz parte da rotina dos voluntários. O programa tem uma agenda com 105 experimentos. Além disso, cada participante pode levar livros, filmes, computadores portáteis, além de bilhetes escritos pelos familiares e fotos, já coladas nas paredes.

A saúde deles é monitorada 24 horas e há no complexo um espaço reservado para isolamento e tratamento clínico. Antes da missão, os seis homens passaram por uma bateria de exames feitos com a ajuda de um aparelho gigante de R$ 5 milhões (US$ 3 milhões) capaz de detectar doenças raras.

Uma das maiores preocupações da equipe envolvida no projeto Mars500 se refere à ausência de luz solar, fonte de vitamina D, importante na absorção do cálcio fornecido na ingestão de alguns alimentos. A carência dessa vitamina provoca alterações fisiológicas que afetam o sono, por exemplo.

Um tipo de luz azulada vai compensar a luz solar e também sincronizar os ritmos circadianos (que dão a noção das horas do dia a partir da luz do Sol) e o sono, regular a frequência cardíaca e melhorar o estado de alerta e o humor dos voluntários.

Uma das áreas é equipada com aparelhos de ginástica para compensar a possível perda de massa muscular devido às condições do “voo”.

Como o abastecimento de uma nave em rota para Marte é impossível, eles só podem tomar banho uma vez a cada dez dias e trocar de roupas íntimas a cada três.

As normas do Mars500 estabelecem que qualquer participante pode abandonar o isolamento voluntário sem ter de explicar os motivos. Se isso acontecer, será considerado que o voluntário morreu durante o voo.

Ao final da jornada, os russos vão receber cada um o equivalente a R$ 179 mil (3 milhões de rublos). Estima-se que os colegas europeus receberão quantia semelhante. O valor a ser pago ao participante chinês não foi informado.





Fonte: Do R7

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/79634/visualizar/