O último dia de exibições da Mostra Competitiva do 39º Festival de Gramado foi encerrado na noite de sexta-feira com a exibição de dois longas. Um deles foi Jean Gentil, uma produção conjunta entre a República Dominicana, México e Alemanha. Em seguida foi exibido Sudoeste, filme brasileiro convidado que não fez parte da competição.
Apesar das duas produções estarem acima da média se comparadas com boa parte dos filmes exibidos no decorrer do festival, ambas são desanimadoras.
Jean Gentil, dirigido por Laura A. Guzmán e Israel Cárdenas, conta a história do personagem que dá nome ao filme, um professor haitiano que procura emprego em uma cidade dominicana, mas parece não se adaptar ao que encontra. Após ter sido despejado de sua casa por falta de dinheiro, ele parte em direção ao norte, onde começa uma peregrinação e termina vivendo sozinho no meio do mato com a fé em Deus como sua companhia.
A produção é relativamente bem executada, mas peca no excesso de monotonia, amparada por poucos diálogos e interações entre os personagens. Quando essa característica se quebra, o filme alcança seu ápice, rendendo até gargalhadas. Em sua fala pouco antes da exibição em Gramado, o protagonista Jean Remy Genty contou que sonhava viajar, mas esta foi sua primeira oportunidade.
"Desde quando tinha 20 anos de idade eu queria viajar, queria conhecer o mundo, mas infelizmente isso não foi possível", disse o ator, que elogiou ainda a limpeza e a arquitetura da cidade de Gramado. "É uma cidade muito limpa, com prédios que são como monumentos. Eu fico uns 10 minutos olhando para cada um deles".
Já a produção Sudoeste, de Eduardo Nunes, foi exibida pela primeira vez ao público na noite de sexta-feira em Gramado. Toda em preto e branco, a produção tem direção de arte impecável e excelentes atuações, mas peca pela falta de enredo.
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