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Saúde
Quarta - 10 de Agosto de 2011 às 14:42
Por: Roberta Bernardo

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A cada cinco minutos um brasileiro morre em decorrência do AVC, que mata 100 mil pessoas por ano no País. O acidente vascular cerebral, popularmente chamado de derrame, é a maior causa de morte no Brasil, e pode ser desencadeado por um problema no ritmo do coração – fato ainda desconhecido pela maioria das pessoas.

O tipo de arritmia cardíaca mais frequente na população mundial – a fibrilação atrial - aumenta em cinco vezes o risco de AVC. Um em cada seis derrames são causados pela fibrilação atrial, doença que provoca a formação de coágulos dentro do coração, que podem chegar até o cérebro e entupir um vaso sanguíneo – ocasionando o AVC.

Para evitar o AVC, muitos pacientes com fibrilação atrial precisam tomar remédios anticoagulantes – assim chamados porque evitam a formação de coágulos. A terapia anticoagulante padrão foi lançada há mais de 50 anos e apresenta uma série de limitações que complicam a sua utilização – tais como restrições alimentares, interações com vários medicamentos e necessidade de exames de sangue frequentes para ajustar a dose do remédio.

A boa notícia é que os brasileiros acabaram de ganhar uma nova alternativa para a prevenção do derrame nas pessoas que sofrem de fibrilação atrial. Primeiro de uma nova geração de anticoagulantes orais, Pradaxa (dabigatrana) foi aprovado pela Anvisa com base em estudos clínicos com mais de 18 mil pacientes em todo o mundo.

“De acordo com os estudos, o medicamento previne três de cada quatro derrames decorrentes da fibrilação atrial, índice superior às terapias mais antigas,” afirma o cardiologista Dalmo Moreira, professor titular do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, de São Paulo.

Segundo o médico, as principais vantagens de Pradaxa são sua maior eficácia na prevenção do AVC e maior segurança, quando comparado ao tratamento disponível. Os estudos mostraram que o novo anticoagulante reduz em 75% o risco de AVC em relação ao placebo. Quando comparado ao medicamento mais antigo, a proteção de Pradaxa contra o AVC é 35% superior.

Além disso, Pradaxa proporciona mais comodidade para o paciente por ser de fácil utilização, uma vez que não apresenta interações com alimentos e medicamentos, ao contrário da terapia mais antiga. Outro diferencial é que não há necessidade de exames de sangue frequentes para acompanhamento e ajuste de dose, ao contrário da terapia atual.

“A nova geração de anticoagulantes orais chega para suprir as sérias limitações da terapia atual, que incluem interações medicamentosas, alimentares, necessidade de exames de sangue mensais ou até semanais para ajuste de dose e risco de hemorragia”, salienta Dalmo Moreira. “Por conta de todos esses fatores, 85% das pessoas que precisam de tratamento anticoagulante não estão recebendo a terapia adequadamente, correndo risco de sofrer um AVC”, completa o médico.

Sobre o AVC e a Fibrilação Atrial

O derrame é a doença que mais mata no Brasil e a principal causa de incapacitação no mundo, por conta das sequelas que pode deixar. Um dos principais fatores de risco para o AVC é a fibrilação atrial, que aumenta em cinco vezes as chances de sofrer um derrame. Em todo o mundo, por ano, três milhões de pessoas têm AVC relacionado à fibrilação atrial.

A principal característica da fibrilação atrial é a irregularidade dos batimentos cardíacos. Esta arritmia acomete cerca de 1,5 milhão de brasileiros e pode apresentar sintomas como palpitação, tontura, falta de ar e dor no peito.  No entanto, na maioria das vezes, é uma doença assintomática.

“A fibrilação atrial é a arritmia mais comum da prática clínica, tornando-se mais frequente a partir dos 50 anos. Desta idade em diante, a incidência dobra a cada 10 anos e, por conta disso, a ocorrência de AVC também é maior”, afirma Dr. Dalmo.

Algumas doenças e fatores relacionados ao estilo de vida podem desencadear a fibrilação atrial: hipertensão, diabetes, insuficiência cardíaca, hipertireoidismo e o consumo excessivo de bebida alcoólica.






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