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Cidades/Geral
Sexta - 05 de Agosto de 2011 às 19:14
Por: Honéia Vaz

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Representantes do maior aglomerado comercial a ser desapropriado, da Prainha, tendo conhecimento dos detalhes de projetos de Veiculo Leve sobre Trilhos (VLT, que é um metrô de superfície), questionam a escolha por Bus Rapid Transit (BRT), principalmente tendo em conta a desapropriação. Deparar-se com novos números e outras opções levaram os empresários do Centro a anunciar uma mobilização e passeata, na próxima terça-feira, 9, saindo da City Lar da Prainha às 7h30, e indo até a Av. Mato Grosso.

Como explica a diretora da Associação de Empresários e Locatários da Prainha (AELP), Iara Nunes, a convocação é para que os estabelecimentos abram as portas somente às 10h30, para que inclusive empregados possam integrar o movimento, “já que o emprego de centenas de famílias está em jogo”, lembra ela.

80% menos desapropriação, construção de ciclovia, área verde, e ainda  liberação de até 20% da área em que hoje transita ônibus, são algumas das previsões no Projeto VLT de uma das empresas interessadas em financiar a implantação (Fundo Infinity), que mostra ainda que não terá o mesmo custo do BRT em médio e longo prazos. “Por experiência mundial, o VLT também valoriza comercialmente em mais 50% a região em que está instalado”, atesta Iara.

Face à demonstração pública do governo do Estado de Mato Grosso sobre insuficiência de caixa para arcar com ações rotineiras de várias ordens, e não estando as desapropriações inclusas nos R$ 450 milhões do governo federal, a empresária questiona como ele pagará as indenizações garantidas por lei, para locatários (empresários com estabelecimentos comerciais nas áreas englobadas) e proprietários dos imóveis. “Temos certeza que seremos alvo de calote!”, pontua.

O diretor da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL Cuiabá) João Bosco Linhares esclarece que além dos números e valores questionáveis quando se apresenta como opção o BRT, “o mais danoso é que há mais opiniões que informações técnicas. E quase nenhuma divulgação sobre como os sistemas, comparados, influenciariam na questão. É uma sonegação geral e propositada de informações por parte do poder público”.

Para o diretor da CDL e a empresária Iara a desapropriação da Prainha resultará no “novo e monstruoso camelódromo da capital mato-grossense”. Outro destaque dados por ele é com relação a custo-benefício. “Mesmo que VLT fosse mais caro, o Estado teria que repensar a escolha do sistema de transporte público com o objetivo de preservar empresas que geram emprego e renda a centenas de famílias”, declara João Bosco, completando que o Estado trocará empresas que pagam impostos e compõem a promoção social por camelôs que, com certeza, se instalarão na localidade liberada.

 A diretora da AELP esclarece que só na região Prainha os listados para serem desapropriados somam 300 estabelecimentos, impactando a renda familiar de mais de 1.500 pessoas (empresários, funcionários e suas famílias). “É preciso lembrar ainda que mesmo com as indenizações as perdas de comerciantes que estão há muitos anos neste ponto jamais poderá ser calculada. E nenhuma empresa tem o dinheiro para pagar os custos trabalhistas de todos os funcionários de uma vez só e que terão que ser demitidos!”.

ALMT – O presidente da Assembléia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), deputado José Riva, esclarece que é preciso uma audiência pública e estudos técnicos para esta decisão. “Temos que ouvir os especialistas para saber as especificações de cada modal”.

O presidente da AL pontua que, tendo como base o estudo da TTrans e outros consultados sabe-se que o VLT tem sua implantação a valores que trazem um custo-benefício significativo para a sociedade e para o governo, destacadamente na questão da desapropriação do Comércio. “Não podemos olhar só custo, e sim custo-benefício”, enfatiza.

Ele lembra que Cuiabá é uma das capitais brasileiras que mais crescem, inclusive economicamente, e nos planos arrojados que anuncia-se para o Estado deve caber soluções de Transporte, entre as de outros setores, igualmente arrojadas. “A escolha do modal não pode ser apenas para atender à Copa 2014. É preciso planejamento para 30, 50 anos, e voltado ao desenvolvimento socioeconômico de toda a população”.





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