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Saúde
Segunda - 18 de Julho de 2011 às 15:32
Por: Nathália Blanco

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No dia 19 de Julho, o Comitê Multidisciplinar de Medicina da Família e Comunidade da Associação
Paulista de Medicina (APM) apresentará em sua reunião científica uma nova possibilidade de otimizar o agendamento de consultas, tratamento e medicamento aos portadores de doenças cardiovasculares.

A ideia é utilizar o Escore de Framingham como base para orientar a prioridade do atendimento.
Trata-se de um método norte-americano que determina os riscos de o indivíduo de ter um evento cardiovascular grave ou um acidente vascular encefálico nos próximos dez anos. Consiste em uma entrevista feita em consulta ao paciente na qual são levantados dados como idade, gênero, nível de pressão arterial, colesterol total, HDL (chamado de bom colesterol), tabagismo e diabetes. Essa pesquisa, unida à análise dos exames rotineiros dos portadores de doenças cardíacas, é pontuada; e a partir dessa pontuação é determinado o nível de urgência da assistência médica.

“A proposta é usar o método para um princípio da atenção primária SUS que é a equidade e coordenação do cuidado, ou seja, priorizar o atendimento a quem apresenta risco maior. Quem tem uma maior pontuação no escore (resultado) deve ser privilegiado em consultas” explica dr. Martim Elviro de Medeiros Junior, médico da família e comunidade e clinico geral do Hospital Santa Marcelina.

O método existe há 50 anos e é o estudo longitudinal mais antigo. Mas a grande novidade é utilizá-lo, em larga escala - atingindo todos os hipertensos - para que o aprazamento da assistência, nas unidades, seja orientado com base nas necessidades de cada paciente, tornado o atendimento mais eficiente, evitando consultas desnecessárias e viabilizando um planejamento.

“Hoje o paciente marca consulta de mês em mês, por exemplo, simplesmente por ser hipertenso e sem o critério adequado. A equipe não tem controle da prioridade nesses agendamentos”.
Colocando em prática

Segundo dr. Martim, esta classificação é um processo lento e que exige muita dedicação, ao passo que é necessário fazer pesquisas de toda uma população de hipertensos em muitas unidades, o que exige muito tempo.

“O primeiro passo é sensibilizar e mostrar a importância deste trabalho para a equipe de profissionais, se necessário, apresentando evidências científicas. O segundo é proporcionar oficinas para ajudar as equipes que estão com dificuldade de gerar esta pontuação e só em um terceiro momento vamos utilizar isso como base para organizar a agenda” afirma.

O Escore de Framingham é o método responsável por alguns conhecimentos gerais sobre doenças cardiovasculares, como a influência do tabagismo ou do colesterol no agravamento dessas patologias. Além de usar essa ferramenta que avalia o risco cardiovascular na organização e aprazamento do atendimento, há a intenção de utilizá-lo para a avaliação do risco coletivo, coisa que a equipe, hoje, não tem condição de fazer.

A meta é propiciar a soberania de cada unidade para criar seu próprio plano de ação, levando em consideração as características de sua população hipertensa, como a prevalência do tabagismo ou dieta inadequada. Neste contexto, seriam criados grupos de tratamento direcionado para cada especificação.

Reunião Científica de Medicina da Família e Comunidade
Tema: Escore de Framingham como elemento para estratificar risco e orientar agendamento no Hiperdia
Data: dia 19 de Julho de 2011
Horário: 19h30 às 21h30
Local: Auditório da APM - Av. Brigadeiro Luís Antonio, 278 - São Paulo/SP
Informações: (11) 3188.4281






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