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Educação/Vestibular
Segunda - 04 de Julho de 2011 às 12:49

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Falta de estrutura nas escolas públicas, contratos temporários acima do permitido em Lei, analfabetismo funcional, falta de perícias médicas em algumas regiões do Estado. Esses são alguns problemas pontuais que fragilizam o projeto educacional em Mato Grosso e que, segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), Gilmar Soares Ferreira, a greve na rede estadual expõe à sociedade.

A paralisação, que já dura quase um mês, não reivindica apenas o piso salarial de R$ 1.312,00. “Nossa luta é por qualidade na aprendizagem com promoção profissional, condições que exigem a correta aplicação dos recursos e, acima de tudo, respeito com a Educação”, ressaltou o sindicalista. Na avaliação dele, as escolas públicas em Mato Grosso estão à beira de um colapso e tal cenário fragiliza a própria Secretaria de Estado de Educação (Seduc).

O descumprimento às Constituições Federal e Estadual por parte do governo do Estado é denunciado há anos pelo Sintep/MT. Só para se ter uma ideia, no primeiro caso, a Educação perdeu, entre 2004 e 2010, R$ 370 milhões, por conta da não aplicação de 25% do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) na pasta. Após intensa luta, a categoria finalmente assegurou a inclusão da destinação desse percentual no Orçamento de 2011, compromisso cumprido pelo atual governador, Silval Barbosa.

Ampliar investimentos - Em compensação, serão retirados R$ 110 milhões para pagamento de aposentadorias. "Não é justo que paguemos uma conta quando o recurso para tal já foi arrecadado durante toda a vida do trabalhador, que contribuiu mensalmente para garantir sua aposentadoria", lamentou Gilmar Soares. A saída apontada pelo Sindicato para reparar os danos causados à qualidade de ensino e à valorização profissional dos educadores é ampliar os investimentos. Para isso, é necessário apenas cumprir a Constituição Estadual, que preceitua a aplicação de 35% dos recursos em Educação, e não os 25% destinados atualmente. 

São recursos que poderiam ser utilizados na contratação de pessoal, nas reformas e ampliações de escolas, aperfeiçoamento dos profissionais e na melhoria da qualidade do ensino. Com R$ 300 milhões, por exemplo, seria possível comprar cerca de dois milhões de carteiras, mais de um milhão de computadores completos (com monitor) e algo em torno de 120 mil aparelhos de ar condicionado de 30 mil BTUs. “A greve não é apenas a luta dos trabalhadores da educação por melhores salários (o que também é motivo digno e justo), mas por uma Educação de qualidade socialmente referenciada para nossos filhos e filhas”, finalizou o presidente do Sintep/MT.





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