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Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Segunda - 20 de Junho de 2011 às 21:29

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O ex-ditador da Tunísia Zine el Abidine Ben Ali e sua mulher, Leila Trabelsi, foram condenados nesta segunda-feira a 35 anos de prisão. Foragidos desde o início do ano --quando buscaram refúgio na Arábia Saudita-- os dois foram julgados à revelia e não estavam presentes no tribunal.

No dia 14 de janeiro, após semanas de intensos protestos que deixaram cerca de 300 mortos, Ben Ali abandonou o país, na primeira da série de revoltas populares que contaminaria países do norte da África e do Oriente Médio nos meses seguintes.

De acordo com a Associated Press, a sentença foi emitida com base nas acusações de roubo e posse ilegal de dinheiro e joias, e além da prisão a decisão inclui o pagamento de uma multa de US$ 65 milhões.

O juiz que leu a sentença disse que o veredicto quanto às outras acusações --entre elas posse ilegal de drogas e armas, além de homicídio, abuso de poder, complô contra a segurança do Estado, desvio de recursos e lavagem de dinheiro-- deve ser divulgado no dia 30 de junho.

Além da jurisdição civil, Ben Ali deve ser processado diante de um tribunal militar por 35 dos 93 delitos dos quais é acusado, como anunciou há poucos dias o chefe do governo provisório tunisiano, Beji Kaid Essebsi.

Ben Ali negou todas as acusações, segundo um comunicado divulgado por um de seus advogados na véspera em Beirute.

O presidente deposto afirma que nunca teve as quantias de dinheiro encontradas em sua residência, que as armas localizadas são fuzis de caça presentes de chefes de Estado e jamais usou ou possuiu entorpecentes.

No sábado, o secretário-geral da Ordem dos Advogados da Tunísia, Mohammed Rached Fray, havia anunciado sua rejeição categórica a defender a Ben Ali.

Fray foi designado para representar o ex-presidente, mas negou-se e disse que cinco de seus colegas vão garantir a defesa do acusado.

Ele será o encarregado unicamente da organização, cabe a ele "garantir o bom desenvolvimento do processo e respeito aos direitos da defesa", acrescentou.

Os protestos que levaram à queda de Ben Ali começaram em dezembro, depois que o jovem Mohamed Bouazizi ateou fogo ao próprio corpo na localidade de Sidi Bouzid para protestar contra os maus-tratos das autoridades locais e da polícia.






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