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Repórter News - reporternews.com.br
Saúde
Sexta - 17 de Junho de 2011 às 22:21

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Houve 23.758 mortes por asma no Brasil entre 1998 e 2006, média anual de 2.640. Lamentavelmente continuam ocorrendo cerca de 3 mil mortes pelo mal no país a cada ano, conforme a base de dados do Sistema Único de Saúde (SUS). São pessoas asfixiadas por falta de tratamento adequado, cujas mortes, em sua maioria, poderiam ser prevenidas.

A asma é um sério problema de saúde pública; afeta crianças, adultos e idosos. Resulta em morte apenas em uma pequena proporção dos casos mais graves, mas provoca sufocação recorrente em dezenas de milhões de brasileiros. Limita bastante e custa muito caro, quando não tratada.

O dr. Álvaro Cruz, da Universidade Federal da Bahia, membro do Conselho Diretor da Iniciativa Global contra a Asma (GINA), é categórico: "Temos disponíveis todos os recursos necessários para controlar a asma em: medicamentos, centros de referência para casos difíceis, experts qualificados disponíveis para capacitar outros profissionais. Mas precisamos de decisão política, de prioridade, para mobilizar um enorme mutirão nacional de capacitação das equipes da atenção básica do SUS, demonstrando como é possível controlar a asma de forma simples".

Segundo o dr. Rafael Stelmach, da USP, presidente eleito da GINA no Brasil, a asma é um problema da comunidade. Só será controlada com a participação ativa de médicos, profissionais de saúde em geral, inclusive os agentes comunitários de saúde, pacientes, familiares e da sociedade em geral:

“O acesso e o uso adequado de medicações essencias, especialmente os broncodilatadores e corticosteróides inalatórios, são indispensáveis para controlar a asma e aliviar os seus sintomas".
 
Terceira causa de internações no SUS

 A asma é a terceira causa de internações clínicas pelo SUS e leva à grande sobrecarga aos serviços de emergência. No ano de 2009 foram registradas 203.197 hospitalizações por asma na rede pública do Brasil. Observa-se uma tendência ao declínio, que pode ser atribuída ao surgimento centros de referência e programas para o controle em várias cidades que contribuem para aumentar o acesso da população a tratamento adequado. Análise desta tendência revela um declínio médio de 5,6% anual no país como um todo. Mas não há declínio na taxa de mortalidade.

 O dr. Alvaro Cruz chama a atenção de que a tendência temporal geral das taxas de mortalidade por asma apresentou-se estável entre 1998 e 2006, mas a análise das taxas por região identifica enormes contrastes: leve declínio no Sul (-23,58%), Sudeste (-8,83%) e Centro-oeste (-26,11%); mas crescimento no Norte (+5,34%) e Nordeste (+31,33%). Isso demonstra que a compreensão das disparidades na mortalidade por asma entre as regiões brasileiras requer investigação cuidadosa.


 O Governo Federal criou o Programa Farmácia Popular para ampliar o acesso aos medicamentos para as doenças mais comuns. Possui uma rede própria de Farmácias Populares e faz parceria com farmácias e drogarias da rede privada, o chamado Sistema de Copagamento ou "Aqui tem Farmácia Popular".

 No elenco de medicações disponíveis a baixo custo na rede de farmácias credenciadas, encontram-se para o tratamento da asma: brometo de ipratropio, diproprionato de beclometasona e sulfato de salbutamol (aerossol e solução para nebulização). A aquisição destes produtos requer prescrição médica e identificação do paciente, conforme instruções específicas encontradas na página do Programa Farmácia Popular na internet (portal.saude.gov.br/portal/saude/area.cfm?id_area=1095), onde encontra-se também a lista de farmácias credenciadas e seus respectivos endereços.

 Conforme a dra. Jussara Fiterman, da PUC-RS, "esta medida pode facilitar enormemente o acesso dos pacientes aos medicamentos essenciais para a asma, cujo custo nas farmácias credenciadas, em muitos casos, é inferior ao valor de transporte para o deslocamento necessário à obtenção do medicamento em uma unidade do SUS, resultando adicionalmente em economia de tempo".

Propostas da GINA para acesso ao tratamento da asma

 As doenças crônicas causam 60% das mortes no mundo, muita incapacidade e custos elevados. Constituem grave ameaça para o desenvolvimento. A Assembléia Mundial da Saúde em 2008 aprovou plano de ação para o combate às doenças crônicas. No dia 13 de maio de 2010, a Assembléia Geral da ONU emitiu resolução que convoca para setembro de 2011 sessão especial, com a presença de chefes de governo, para discutir este problema que afeta a todos, mas sobrecarrega particularmente as famílias de baixa renda.
 
 O professor Nelson Rosário, da UFPR, comenta que "o controle da asma, em geral, não requer procedimentos diagnósticos sofisticados nem intervenções de alto custo. Centros de referência para casos mais difíceis podem ser estabelecidos em todas as capitais do Brasil, contribuindo para a capacitação dos profissionais da atenção básica do SUS".

A GINA, uma ONG internacional que faz parte da Aliança Global contra Doenças Respiratórias Crônicas, liderada pela Organização Mundial da Saúde, propõe a meta de redução das hospitalizações em 50% até 2015.  O dr. Emanuel Sarinho, da UFPE, enfatiza que "a GINA Brasil oferece ao SUS o auxílio voluntário de 109 dos maiores especialistas brasileiros e de vários experts internacionais para o esforço de capacitação de suas equipes".

A GINA Brasil foi criada em 2010 para contribuir para o controle da asma no país, tendo como meta a redução de hospitalizações por asma em 50% até 2015 e os seguintes objetivos:
 
1.                  Reconhecimento da asma - aumentar o reconhecimento da asma  entre profissionais de saúde, gestores de saúde e público em geral;

2.                  Prevenção, diagnóstico e controle - melhorar a prevenção, o  diagnóstico e o controle da asma;


 3. Pesquisa - estimular a pesquisa em asma;

 4. Materiais educacionais - oferecer materiais educacionais baseados  na  melhor evidência disponível, sobre intervenções efetivas para  prevenção  e controle.






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