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Saúde
Quarta - 25 de Maio de 2011 às 15:33
Por: Vania Costa

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O Pronto Socorro Municipal de Cuiabá (PSMC) se transformou num verdadeiro campo de concentração.
O que se vê por lá quase nada se diferencia das cenas dos filmes de guerra.

O espaço físico é insuficiente, o atendimento é improvisado, não suportando a demanda de pessoas, pois recebe pacientes de todas as regiões do Estado, falta profissionais, o ambiente é inadequado para preparo de medicamentos e desobedece às regras de higiene hospitalar. É comum nos horários de refeição deparar com os carrinhos onde são transportados os alimentos aos pacientes, próximos aos cestos de lixo. No teto dos corredores, há vazamentos de água de esgoto, em alguns banheiros à descarga vaza água para todos os lados. Pacientes graves são tratados de forma completamente incorreta, insalubre e acarretando riscos à saúde de todos.

Não há monitores para os pacientes que usam sondas, a manutenção oral é feita pela própria pessoa ou acompanhante. É desumana a forma que a higienização é feita. Esses são apenas alguns dos graves problemas do PS.

Diante da atual situação do PS, o presidente da Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Amparo a Criança, ao Adolescente e ao Idoso, deputado estadual Emanuel Pinheiro (PR), mostrou-se bastante preocupado na Sessão Ordinária vespertina desta quarta-feira (24), quando apresentou uma indicação ao governador Silval Barbosa (PMDB), ao secretário de saúde do Estado, Pedro Henry Neto, ao prefeito municipal, Francisco Galindo (PTB), secretário municipal de Saúde, Antônio Pires Barbosa e ao presidente da AGECOPA, Éder Moraes, solicitando a possível construção de um novo Pronto Socorro Municipal em Cuiabá.

O presidente garantiu que a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, vai tratar o assunto “Saúde Pública” como “direitos humanos”. “Os serviços de saúde pública de qualidade é direito de todo cidadão, porém, a atual gestão pública, não vem tratado o assunto com o devido respeito que a população merece”, declarou.

Segundo o parlamentar a simples ampliação deste hospital, apenas amenizará o problema, mas não trará uma solução definitiva.

O parlamentar expressou sua indignação no desrespeito com a classe médica de Mato Grosso, onde há profissionais qualificados, enquanto que trouxeram de outro estado um profissional que não conhece a realidade de Cuiabá e muito menos do Estado, uma pessoa que não conversa abertamente com a sociedade, não atende a imprensa, e muito menos os colegas de profissão que sofrem com o caos que se encontra a saúde.

Pinheiro foi enfático quando se dirigiu aos parlamentares presentes, “nem um de nós teria coragem de levar familiares para serem atendidos no PS, o nível da saúde lá é miserável”, disparou.
“Precisamos nos unir em busca da construção de um hospital regional com cerca de 500 a 1000 leitos, afim de desafogar o PS e atender toda a demanda do Estado, que hoje opera com déficit de 1900 leitos. Somente na baixada cuiabana são 700 leitos a menos que o necessário”, falou aos deputados e a sociedade.

Com repulsa Emanuel Pinheiro disse que não vai ficar apenas em discursos metódicos, vai usar do direito “poder” outorgado pelo povo para representar a sociedade politicamente, buscando alternativas para que o problema seja resolvido.

Visando o mundial de 2014, o presidente da Comissão frisou que do jeito que está, o Estado não tem condições de atender a demanda de turistas do mundo inteiro que passarão por Mato Grosso durante a realização dos jogos e que por ventura possam necessitar de atendimento médico. “A realização do mundial de 2014 será um marco para a população, pois trará vários benefícios para os mato-grossense, mais eis a pergunta, e como vamos sediar um evento de tamanha proporção, com o Pronto Socorro da maneira que está?”, questionou Pinheiro.

“Temos que aproveitar essa oportunidade única de Cuiabá ser sede da copa do mundo, por que podemos contar com os recursos e investimentos direcionados as obras consideradas prioridades, como a de mobilidade urbana, mas, não podemos deixar de priorizar a saúde e a segurança pública, que são necessidades básicas da população”, avaliou.

O republicano lembrou também que não se deve pensar apenas na copa do mundo e sim no legado que vai ficar de herança para o Estado de Mato Grosso e para sua gente. “Cuiabá, Várzea Grande, em fim, o Estado inteiro merece respeito, merece uma saúde digna e de qualidade”, apontou.
De acordo com Emanuel Pinheiro, o PS foi construído quando a população da cidade não ultrapassava os 200 mil habitantes e hoje Cuiabá tem mais 600 mil habitantes e Várzea Grande, em torno de 300 mil habitantes.

“Cuiabá merece um moderno Hospital Regional, em uma área de fácil acesso, preparado para atender a população mato-grossense e aos visitantes que virão durante os jogos da copa e o pós copa”, citou.
Conforme declarou Pinheiro, a construção de um novo Pronto Atendimento, desafogaria o hospital já existente, que passaria a Hospital Municipal, ampliando significativamente o número de leitos da Capital.

“Como presidente da Comissão de Direitos Humanos, e como deputado estadual, declaro que estamos assumindo a bandeira do sindicato dos médicos de Mato Grosso”.

O presidente ainda convidou os deputados estaduais a visitarem juntos o PS para assistirem de perto a atual realidade.

O presidente da Comissão ressaltou o convite que fez ao sindicato dos médicos e dos enfermeiros, para participar amanhã (26), às 14hs da reunião da Comissão de Direitos Humanos na Assembleia Legislativa, onde vai ser apresentado um vídeo com imagens internas do PS.






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