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Cidades/Geral
Quinta - 19 de Setembro de 2013 às 15:11

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O advogado M.E.F.T. é apontado pela Polícia Federal como "lobista", em Mato Grosso, de um esquema, com ramificação em nove estados, que teria movimentado mais de R$ 300 milhões de contas de empresas de fachadas. A Polícia Federal informou que ele é investigado pela prática dos crimes de formação de quadrilha e tráfico de influência.


 
O profissional seria o responsável por convencer prefeitos a investir recursos, de fundo de previdência de servidores públicos, em uma empresa de fachada, a Investe Investimentos Inteligentes. Os prefeitos, ou gestores dos fundos de previdência dos municípios, aplicavam o dinheiro e, parte do lucro obtido, era desviado para empresas de fachadas.


 
A PF já teria identificado cerca de 30 empresas que teriam recebido os valores desviados.


 
O escritório dele, no bairro Santa Rosa, e sua residência, no condomínio Florais Cuiabá, foram alvos do cumprimento de dois mandados de busca e apreensão, esta manhã. Na sede da Polícia Federal já estão apreendidos três carros de propriedade do advogado - um Audi, uma Toyota Hilux SW4 e um Fiat Freemont.


 
Além disso, a polícia levou documentos e computadores de sua residência e de seu escritório. Após a oitiva, ele será liberado, pois não há contra o advogado nenhum mandado de prisão.


 
Toda a investigação foi realizada pela Polícia Federal em Brasília.


 
Outro lado
O advogado negou qualquer envolvimento com o esquema que movimento R$ 300 milhões, por meio de empresas de fachada em nove estados do país. Segundo ele, que prestou depoimento, esta manhã, na sede da Polícia Federal em Cuiabá, ele apenas "prestou serviço de consultoria jurídica para a empresa Investe Investimentos Inteligentes".


 
O advogado disse também que o contrato que a empresa tinha com as prefeituras era para fazer o mapeamento financeiro do ente municipal, para "gerar melhor fluxo de caixa nos cofres públicos". "Eu era responsável pela parte legal, de dizer o que estava juridicamente certo ou errado".
Questionado sobre a relação contratual dele com a empresa, o profissional disse que "não tinha nenhum contrato de trabalho assinado". "Não recebi nenhum dinheiro pela prestação do serviço", ressaltou, acrescentando que foi gratuito.


 
Operação
A Polícia Federal deflagrou hoje (19) a Operação Miqueias, com o objetivo de desarticular duas organizações criminosas acusadas de fazer lavagem de dinheiro e má gestão de recursos de entidades previdenciárias públicas. Foram escalados mais de 300 policiais para cumprir 102 mandados judiciais.


 
Segundo a PF, estão sendo cumpridos 75 mandados de busca e apreensão, cinco prisões preventivas e 22 prisões temporárias em dez unidades federativas: Distrito Federal, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Maranhão, Amazonas e Rondônia.


 
Em nota, a PF informa que investiga há um ano e meio lavagem de dinheiro por meio das contas bancárias de empresas de fachada ou fantasmas, abertas em nome de laranjas. Na ocasião, foi verificada a existência de uma holding de empresas que consistia em um verdadeiro serviço de terceirização para lavagem do dinheiro proveniente de crimes diversos.


 
O dinheiro era creditado nas contas bancárias das empresas investigadas, e os valores ilícitos ficavam circulando pelas demais contas ligadas à quadrilha, de onde eram sacados. Em 18 meses, foram sacados mais de R$ 300 milhões. Para não chamar a atenção dos órgãos de fiscalização, os criminosos substituíam periodicamente os laranjas e empresas envolvidas no esquema.


 
A PF identificou diversas "células criminosas da organização", divididas em três núcleos. De acordo com os investigadores, os criminosos contavam com a ajuda de policiais civis do Distrito Federal. Os líderes da organização também faziam aliciamento de prefeitos e gestores do Regime Próprio de Previdência Social a fim de que aplicassem recursos de entidades previdenciárias em fundos de investimentos com papéis pouco atrativos, geridos pela própria quadrilha e com alta probabilidade de insucesso.


 
Esses fundos eram formados por "papéis podres" e "foram verificados prejuízos no patrimônio desses regimes previdenciários", segundo a PF. Os prefeitos e gestores que aderiram ao esquema eram remunerados com um percentual sobre o valor aplicado.





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