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Repórter News - reporternews.com.br
Saúde
Sábado - 30 de Abril de 2011 às 04:47

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Estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Columbia e da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, revelou que a cirurgia bariátrica, popularmente conhecida como redução do estômago, é mais eficaz no controle do diabetes tipo 2 do que as dietas rígidas que os pacientes são submetidos.

De acordo com o estudo, publicado na revista científica Science Translational Medicine, a intervenção cirúrgica melhorou os níveis de açúcar no sangue em 80% dos casos avaliados. “Estudos nacionais e internacionais têm comprovado que a cirurgia bariátrica não beneficia o paciente apenas na perda de peso. Ela controla com muita eficácia o diabetes tipo 2 e outras doenças relacionadas à obesidade, como a hipertensão”, diz o cirurgião Roberto Rizzi, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica.

Os cientistas acompanharam dois grupos de obesos diabéticos, sendo que um seguiu uma dieta alimentar rígida e o outro foi submetido à cirurgia bariátrica, que é recomendada no tratamento da obesidade mórbida.

Os pacientes que foram submetidos ao procedimento cirúrgico tiveram uma melhora nos níveis de açúcar no sangue antes mesmo de uma perda significativa de peso, o que sugere, de acordo com os pesquisadores, que há algum outro mecanismo bioquímico envolvido. Os pacientes que passaram pela cirurgia tinham níveis muito menores de aminoácidos ramificados, de fenilalanina e tirosina, comparado aos pacientes que seguiram a dieta.

Esses aminoácidos já foram associados à resistência à insulina e à doença arterial coronariana em estudos anteriores. Outro estudo, realizado pela Universidade de Harvard, havia revelado que os aminoácidos ramificados e os aminoácidos aromáticos, como a fenilalanina, podem servir de indicadores biológicos para o risco do desenvolvimento do diabetes tipo 2. “Muitos pacientes que são dependentes de insulina, conseguem abandonar o tratamento medicamentoso da diabetes após a cirurgia bariátrica, melhorando assim a sua qualidade de vida”, afirma Dr. Rizzi.

Três tipos de cirurgia se mostram eficientes no controle do diabetes e, por isso, são conhecidas como Cirurgia do Diabetes: o by-pass gastrojejunal e as derivações bilio-pancreáticas (scopinaro e “duodenal switch”). “As três técnicas criam um atalho para o alimento, que é desviado do duodeno e chega antes à parte final do intestino. Esse desvio altera a secreção de alguns hormônios intestinais, como o GLP-1, cujo aumento estimula a produção de insulina, resultando na melhora ou até mesmo no controle do diabetes tipo 2”, diz Rizzi.

No início do mês a Federação Internacional do Diabetes apresentou durante o II Congresso Mundial do Tratamento do Diabetes uma nova diretriz para a aplicação da cirurgia bariátrica no tratamento do diabetes tipo 2. Anteriormente indicada apenas para pacientes obesos com IMC acima de 35, o documento apresentado defende que a técnica seja liberada para pacientes com IMC entre 30 e 35 nos casos que os pacientes não tiveram respostas com o tratamento medicamentoso.

A entidade reconhece a associação entre o diabetes e a obesidade como o maior problema de saúde pública da atualidade. Atualmente 300 milhões de pessoas sofrem com o diabetes tipo 2 no mundo e a previsão é de que esse número salte para 450 milhões até 2030. “Esse é um grande avanço para controlar o número alarmante de pacientes obesos com diabetes. Diversos estudos já tinham comprovado que a cirurgia bariátrica não proporciona apenas a redução do peso, mas consegue controlar o diabetes tipo 2, devido a mudança metabólica”, destaca Dr. Rizzi

O documento foi assinado por 20 especialistas em cirurgia bariátrica e salienta que pacientes obesos com diabetes tipo 2 conseguem ter melhoras substanciais nos níveis de glicose e em outras doenças, como hipertensão arterial. A nova diretriz também inclui adolescentes com 15 anos, indicando a cirurgia para pacientes com IMC entre 35 e 40 associado a outras doenças. Anteriormente a cirurgia, mesmo em caso de obesidade mórbida, só era liberada para pacientes com no mínimo 16 anos.






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