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Policia MT
Segunda - 21 de Março de 2011 às 17:20

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Dez integrantes de uma quadrilha responsável pelo roubo de três agências bancárias do interior de Mato Grosso foram indiciados e oito tiveram prisão preventiva decretada pela Polícia Civil, no inquérito referente a Operação “Lacraia”, deflagrada no dia 18 de janeiro deste ano. As investigações foram finalizadas e encaminhadas ao juiz da Comarca de Campo Novo do Parecis (396 km a Noroeste de Cuiabá).

As prisões preventivas já foram cumpridas contra os acusados, que já estavam presos. Os acusados foram indiciados por tentativa de homicídio,roubo qualificado, formação de quadrilha, posse ilegal de armas, uso de documentos falso e falsidade ideológica. Os assaltos ocorerram no último ano nas cidades de Aripuanã (3 de março), Nova Mutum (2 de junho) e Campo Novo do Parecis (2 de dezembro), na modalidade “Novo Cangaço”, e nas agências do Banco do Brasil.

Conforme as investigações, a quadrilha era liderada por Sílvio César de Araújo (37), conhecido como “Cabelo de Bruxa”, e com vasto histórico criminal tendo a participação efetiva de Edivalson Próspero da Silva (44), o “Tiozinho”, preso com o nome falso de Paulo Alves de Souza. Também Clovis da Silva Veiga (26), o “Branquinho”; José Hamilton da Silva (24), o “Ceará”; Cícero Fernando Santiago Neto (24), o “Fernando Bombado”, preso com o nome de Fernando Cícero de Oliveira Mendes e Sérgio Nunes da Silva (26), conhecido como “Lacraia”.

Já os acusados Carlos Henrique da Silva Júnior, o “Barbicha”, e Wellington Xavier de Campos, o “Boi”, continuam foragidos da polícia. Os oito bandidos são processados e alguns possuem mandados de prisão em aberto. De acordo com a polícia, circulavam livremente usando documentos falsos e praticando crimes.

“Entendemos que manter esses indivíduos custodiados será necessário, pois acreditamos que seria a única forma de assegurar a aplicação da lei penal, vez que se trata de pessoas que adotaram o crime como profissão e, uma vez soltos, mudam de identidade e endereço e, o pior, voltam a atividade”, alegou o delegado Luciano Inácio, da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), ao pedir a prisão preventiva.

O delegado disse que a participação dos acusados nos roubos, principalmente no praticado ao banco de Campo Novo do Parecis, está assegurada num conjunto de provas formado por entrevistas registradas em relatórios, declarações de vítimas e testemunhas, reconhecimento por meio de fotografia, apreensão de objetos (armas, munições, coletes a prova de balas e vestuários camuflado) e outros.

Na operação “Lacraia”, também foram presos Sinval Machado Xavier (29), o “Sinval”, Divino Marino de Araujo (68) - pai do Silvio César -, Marcos Antonio de Assis Machado (27), o “Marcão, Juliana Jessica de Sene Duque - mulher de Lacraia -, e Jefferson Ferreira de Arruda (25), o “Ereca”. Os policiais também apreenderam uma submetralhadora; três pistolas utilizados nos assaltos às agências das três cidades; dinheiro no valor de R$ 14,4 mil e oito veículos.

No dia 30 de janeiro, policiais militares apreenderam em um sítio na rodovia MT-246, município de Jangada, pertencente a Sílvio César e seu pai Divino Marino de Araujo (68), um fuzil calibre 762, dezenas de munições de calibres diversos, coletes a prova de balas e roupas camufladas semelhantes as usadas pelos bandidos no assalto de Campo Novo do Parecis. As buscas foram realizadas com mandado requerido pela Gerência de Combate ao Crime Organizado.

A expressão “Novo Cangaço”, utilizada como nas investigações, é uma alusão às ações criminosas praticadas por cangaceiros que, no século passado, agiam em grupos e fortemente armados para roubar e espalhar terror no agreste pernambucano, sendo que o seu maior expoente foi Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião. Entre os anos de 1998 a 2010, foram contabilizadas 25 ocorrências em cidades do interior de Mato Grosso.

Perfil

O delegado Luciano Inácio identificou o perfil dos principais bandidos apontou que todos têm envolvimento em mais de um crime. confira abaixo:

Sílvio César de Araújo (37) - bandido com vasto histórico criminal e articulados de assaltos a bancos. Indiciado em 2003, no GCCO, por porte ilegal de arma de fogo, quando foram apreendidos em poder de sua quadrilha cinco fuzis, duas espingardas e uma pistola. Sua carreira criminosa é espelhada na do irmão José Maria de Araújo, ladrão de banco condenado a quase 100 anos de prisão. É condenado a 4 anos e 8 meses de prisão por uso de armamento pesado.

Edivalson Próspero da Silva (44) - preso com o nome falso de Paulo Alves de Souza, 44, o “Tiozinho”. Foi reconhecido no roubo da agência de Aripuanã (3.03.2010). O criminoso é fugitivo do complexo penitenciário Papuda, no Distrito Federal, onde cumpria pena de roubo. Ele é condenado a 79 anos de prisão por roubo a banco. Também responde pelo roubo a agência do Banco do Brasil de Nova Mutum, ocorrido em 2009, e é suspeito do roubo a mesma agência, praticado em julho de 2010.Ele tinha mandado de prisão pelo roubo ao banco de Nova Mutum.

Clovis da Silva Veiga (26) - ladrão de banco já conhecido. Em 2005 foi preso por ter participado do roubo a agência do Banco do Brasil da cidade de Guiratinga.

Cícero Fernando Santiago Neto (24) - O quando foi preso, se identificou por Fernando Cícero de Oliveira Mendes. Posteriormente foi descoberto que se tratava de Cícero Fernando Santiago Neto, foragido da Casa de Prisão Provisória de Aparecida de Goiânia, onde cumpria pena de 10 anos e 8 meses de reclusão por crime de roubo. Ele é condenado por crime de extorsão.

José Hamilton da Silva (24) - Surgiu nas investigações com o nome de Severino Rodrigues da Silva. Trata-se de um bandido com importante histórico criminal. Era procurado pela Polícia do Ceará por vários crimes que teria praticado naquele Estado. Pela GCCO, foi cumprido mandado de prisão preventiva expedido pela comarca de Missão Velha, no Ceará. O assaltante tem um cacoete nervoso, que o faz ficar repuxando o pescoço. Em 2010, participou de um roubo na cidade de Feijá,no Acre, que culminou na morte de um policial.

Wellington Xavier de Campos – Participou ativamente do assalto às agências bancárias. É conhecido da polícia desde o ano de 2003, quando foi registrado sua primeira passagem por roubo. Ainda responder por formação de quadrilha em concurso de pessoa e artigo 306, da Lei 9.503/2007. Ele tem dois mandados de prisão em aberto, sendo um decretado na operação “Lacraia”

Carlos Henrique da Silva Júnior - Participou diretamente do roubo as agências de Campo Novo do Parecis. É citado nos roubos de Aripuanã e Nova Mutum. Seu nome ainda é investigado.

Sérgio Nunes da Silva (26 anos) – Tem quatro passagens por tráfico de drogas, por roubo e homicídio. Também estava presente no roubo de Campo Novo do Parecis.

Marcos Antonio de Assis Machado (27) - Integrante da quadrilha de Sílvio (Cabelo de Bruxa), mas ligado aos crimes de fraude bancária. Ele tinha mandado de prisão preventiva pela comarca de Pimenta Bueno, Estado de Rondônia. Recebeu identidade falsa em nome de Marco Ricardo da Cunha. Foi indiciado por falsidade ideológica.

Divino Marino de Araujo (68) - Pai do Silvio César (Cabelo de Bruxa) é considerado um dos mais antigos estelionatários do Estado. Ele era responsável pela produção de documentos falsos para membros da quadrilha do filho.





Fonte: TVCA

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