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Opinião
Quinta - 28 de Junho de 2018 às 13:57

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Devido ao aumento nos casos de câncer colorretal entre adultos mais jovens nos EUA, a Sociedade Americana do Câncer (ACS) mudou as diretrizes para a prevenção da doença recomendando que a colonoscopia seja feita a partir dos 45 anos ao invés dos 50. A novidade foi publicada no último dia 30 de maio, na “CA: A Cancer Journal for Clinicians”. A tendência, nestes casos, é que as demais Associações sobre estudo de Câncer sigam a recomendação da entidade americana no Brasil.

Essa mudança ocorreu após análise de dados de um grande estudo feito pela ACS que apontou aumento no número de casos entre jovens adultos. Nos Estados Unidos, esse é o quarto tipo de câncer mais comum em adultos, e o segundo mais mortal.

O câncer colorretal abrange tumores que acometem um segmento do intestino grosso (o cólon) e o reto. É tratável e, na maioria dos casos, curável, ao ser detectado precocemente, quando ainda não se espalhou para outros órgãos. Grande parte desses tumores se inicia a partir de pólipos, lesões benignas que podem crescer na parede interna do intestino grosso. Uma maneira de prevenir o aparecimento dos tumores seria a detecção e a remoção dos pólipos ainda na fase pré-maligna durante a colonoscopia.

No Brasil, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer colorretal é um dos mais frequentes na população. Nas mulheres, é o 2º mais comum perdendo apenas para o câncer de mama, e nos homens, ocupa a 3ª posição, logo após do câncer de próstata e de pulmão. Dados do INCA estimam ainda que mais de 36 mil novos casos este ano no país, sendo 17 mil homens e quase 19 mil mulheres.

A recomendação para a população brasileira em geral é de que os exames comecem aos 50 anos. Casos de predisposição ou surgimento de algum sintoma devem antecipar esse rastreamento, segundo a Sociedade Brasileira de Coloproctologia.

E a verdade é que por trás destes números estão pessoas reais, e todos nós do universo do câncer de colorretal, sejam gastroenterologistas ou oncologistas temos vistos mais e mais jovens adultos desenvolverem a doença. Baseados nesta revisão, os pesquisadores identificaram diferentes estratégias que podem ser eficazes.

Eles sugerem que a partir dos 45 anos, as pessoas façam uma colonoscopia a cada 10 anos ou uma colonoscopia virtual a cada cinco anos; ou uma sigmoidoscopia a cada cinco anos; ou um teste de sangue oculto nas fezes de alta sensibilidade a cada ano.

Neste caso, prevenir quer dizer evitar os fatores que estão relacionados com o desenvolvimento de câncer colorretal. Adotar uma dieta rica em frutas, verduras e vegetais, evitar carnes vermelhas e embutidos, praticar exercícios físicos, combater a obesidade, não fumar, não ingerir bebidas alcoólicas em excesso, são atitudes importante na prevenção. Entretanto, há necessidade de se submeter a exame de rastreamento, uma vez que essas medidas não são 100% eficazes.

Para qualquer adulto, não importa a idade, é importante prestar atenção ao seu corpo e aos hábitos intestinais. Qualquer mudança deve ser comunicada ao médico. Dessa maneira não é que você conseguirá identificar mais cedo pessoas com câncer, mas sim que conseguiremos identificar pessoas mais jovens com apenas pólipos que podem ser removidos e eles nunca nem tenham câncer. É prevenção e não apenas diagnóstico precoce.



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