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Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Sexta - 01 de Outubro de 2010 às 22:48

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Um tribunal peruano condenou nesta sexta-feira a 25 anos de prisão Vladimiro Montesinos, que foi assessor do ex-presidente peruano Alberto Fujimori, e o ex-comandante geral do Exército, Julio Salazar Monroe.

Outros 20 militares receberam penas diferentes por envolvimento nos mesmos crimes.

Em uma audiência pública, o tribunal, presidido pela juíza Inés Villa Bonilla, os considerou culpados dos crimes de homicídio qualificado e desaparecimento forçado de pessoa.

Os envolvidos, todos presos, foram condenados pela chacina de 15 pessoas em um solar de Barrios Altos, centro de Lima, em 1991, pela morte de nove camponeses na Província de El Santa (norte) e pelo desaparecimento do jornalista Pedro Yauri na cidade de Huacho (norte).

A pena de 25 anos foi imposta ao ex-general Juan Hermoza Ríos, que foi presidente do Comando Conjunto das Forças Armadas durante a maior parte do governo Fujimori (1990-2000), e ao ex-comandante geral do Exército, Julio Salazar Monroe.

O chefe operativo desse grupo, o ex-major Santiago Martin Rivas, recebeu também uma pena de 25 anos de prisão. O tribunal determinou que Rivas ordenou a execução das 15 vítimas no solar de Barrios Altos e que inclusive foi ele quem iniciou os disparos.

Os demais militares receberam sentenças de 15 e 25 anos.

A pena contra Montesinos é semelhante à imposta em abril do ano passado ao ex-presidente Fujimori, considerado autor intelectual do Grupo Colina, ao qual também é imputada a morte de nove estudantes e de um professor da Universidade de La Cantuta, e que é alvo de um julgamento paralelo.

Montesinos já tinha recebido uma pena de 20 anos por tráfico de armas para a guerrilha das Farc na Colômbia, mas como no Peru as condenações não são cumulativas, será aplicada a mais alta, ou seja, a recebida nesta sexta-feira.

Horas antes de as decisões judiciais serem divulgadas, Montesinos mostrou-se sorridente e confiante na sala de audiências da Base Naval del Callao, onde as sentenças foram lidas.

O ex-assessor de Fujimori aproveitou a presença da imprensa para mostrar dois livros escritos na prisão: "Alerta: Espionaje chileno" e "Sin Sendero".

Durante a audiência, em tom desafiante, os militares sentenciados cantaram o hino do Exército em coro.

Todos integraram o chamado Grupo Colina, um destacamento clandestino integrado por oficiais e subalternos do serviço de inteligência do Exército.

Quanto à matança de Santa, a Primeira Sala Penal Especial estabeleceu que também foi provado que o destacamento sequestrou um grupo de nove camponeses, e que também matou o jornalista Pedro Yauri.

Depois de escutar as sentenças, Montesinos e os militares apresentaram apelação.






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