Embora não admita publicamente, Pagot joga nos bastidores em defesa da candidatura de Mendes e tenta cooptar lideranças, principalmente prefeitos do PR para o barco do republicano
Pagot tenta tirar prefeitos do PR de Silval; Viana é um dos "assediados"

As ações de Luiz Antonio Pagot nos bastidores pela candidatura de Mauro Mendes prosseguem, embora negue publicamente e afirme que esteja apoiando o projeto de reeleição do governador Silval Barbosa (PMDB), inclusive como responsável pela arrecadação financeira da campanha. Um grupo de ao menos 10 prefeitos está sendo influenciado pelo diretor-geral do Dnit para pular de barco, ou seja, sair do palanque de Silval e vir a reforçar o nome do empresário e candidato do PSB ao Palácio Paiaguás.

O prefeito de segundo mandato de Primavera do Leste Getúlio Viana, embora filiado ao PR que faz parte da coligação pró-Silval, já fora contatado por Pagot. Está sendo motivado também a mudar de rumo pela entrada do irmão Zeca Viana (PDT) como candidato às eleições. Por enquanto, Zeca integra a chapa ao Senado como segundo-suplente do também pedetista Pedro Taques, mas avalia a hipótese de concorrer a deputado estadual. Embora os partidos e coligações já tenham oficializado a lista de candidaturas, ainda há tempo para essa mudança.

Com uma disputa "apertada" e com perspectiva de haver segundo turno, Silval se articula para não perder aliados diante de dois adversários competitivos, o ex-prefeito de Cuiabá Wilson Santos (PSDB), que faz oposição mais dura ao Paiaguás, e Mauro Mendes, que corre por fora, explorando a tese da terceira via. A maioria dos prefeitos e vereadores estão na base governista, composta por 11 partidos (PMDB, PP, PR, PT, PRB, PTN, PSC, PHS, PTC, PRP e PC do B). A preocupação do peemedebista é com os conspiradores e com aqueles que, no meio político, são carimbados como traidores.

Moisés Sachetti, que presidiu o PR no Estado, comandou o Detran e foi chefe de Gabinete do então governador Blairo Maggi, é um dos que romperam com o grupo. Ele virou Mendes aliado de Mendes e está ajudando a atrair lideranças. Pagot e Sachetti estão agindo juntos nos bastidores. Já mantiveram contato com outros prefeitos, principalmente do PR, como Wanderlei Farias (Barra do Garças) e Maurício Tonhá, o Maurição (Água Boa). Como não conseguem motivar os detendores de mandato a mudar de partido porque há risco de cassação devido à regra da fidelidade imposta pelo TSE, os líderes que até recentemente pertenciam à base governista tentam convencê-los a apoiar Mendes informalmente.