"Os países emergentes foram plenamente contemplados no comunicado, nossas posições estão todas lá", disse Mantega durante entrevista coletiva ao fim do encontro do G20, grupo que reúne países desenvolvidos e os principais emergentes.
A quarta reunião de cúpula do G20 reiterou seu compromisso com a recuperação da economia, que chamou de "desigual e frágil", segundo a declaração final, divulgada ao fim de dois dias de conversações de líderes do G20.
"A questão eram as prioridades, nós temíamos que os países [desenvolvidos] impusessem uma desativação dos estímulos" econômicos, avaliou Guido Mantega.
"Outra coisa que queríamos", afirmou Mantega, "era avançar na regulamentação do sistema financeiro, e foi aceito que em Seul [sede da próxima cúpula do G20, em novembro], aprovaremos a regulamentação".
A declaração de Toronto "foi aprovada com forte apoio dos Estados Unidos", destacou o ministro.
Segundo a declaração final, a taxa bancária, que os países europeus queriam que fosse aprovada ao nível mundial, poderá ser considerada pelos países-membros do grupo como forma de compensar os gastos públicos efetuados por governos para resgatar seus bancos, ameaçados de quebra com o agravamento da crise mundial, no fim de 2008.
"Há uma vontade dos países [desenvolvidos], principalmente Reino, França e Alemanha, [e] nós não nos opomos que se aplique nos países que a quiserem", acrescentou Mantega.
O ministro criticou, ao contrário, a postura americana no tema comercial.
A Declaração de Toronto reitera o compromisso com a Rodada de liberalização comercial de Doha, mas segundo Mantega, o presidente Barack Obama deixou claro que "tinha resistências políticas" em seu país para avançar na questão.
"O presidente Obama deixou muito claro que não concorda com o objetivo que está estabelecido, disse explicitamente que tem resistências políticas" e propôs abrir discussões sobre o setor de serviços, informou.
"Eu falei: as medidas [de negociação comercial] são resultado de uma discussão de nove anos, se introduzirmos novos elementos, corremos o risco de não chegar" à conclusão da Rodada de Doha, iniciada em 2001.
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