A Petrobras poderá dobrar nos próximos cinco anos a sua capacidade de geração de energia elétrica como fornecedora de gás natural e também construindo mais usinas termelétricas, informou a diretora de Gás e Energia da estatal, Graça Foster.

Segundo ela, dependendo do preço das tarifas nos próximos leilões promovidos pelo governo, a Petrobras poderá, além de fornecer o gás natural, ficar com 50 por cento de participação nos empreendimentos ofertados.

"Podemos entrar como fornecedores de gás ou como geradores, dependendo de como venham os editais da EPE (Empresa de Pesquisa Energética)", disse Graça, referindo-se aos leilões promovidos pela entidade e que oferecem projetos de usinas térmicas e hidrelétricas.

"Nosso compromisso com a geração dobra nesse novo plano (de negócios de 2010 a 2014), mas a aquisição de ativos vai depender do edital da EPE", reforçou, lembrando que o interesse vai depender da tarifa estipulada para a energia.

Atualmente, a empresa já tem uma capacidade de geração de 7 mil megawatts entre termelétricas a gás e fontes renováveis.

A área da diretora foi uma das que mais recebeu recursos adicionais na comparação do plano de negócios anterior da Petrobras com o divulgado nesta segunda-feira, saltando de US$ 11,7 bilhões no período de 2009 a 2013 para US$ 17,8 bilhões de 2010 a 2014.

No total, a Petrobras programa investir US$ 224 bilhões até 2014, contra os US$ 174,4 bilhões programados no plano anterior de cinco anos até 2013.

Do total previsto para a área sob responsabilidade de Graça, US$ 4,1 bilhões serão usados para aumentar a geração de energia elétrica.

"Vamos ter mais 7,5 mil megawatts de geração, e isso significa mais 35 milhões de metros cúbicos de gás natural (para abastecer as usinas)", disse a executiva.

Dos investimentos totais que serão administrados por Graça, US$ 5,7 bilhões serão destinados ao setor de fertilizantes na construção de plantas de gás-química, como a de amônia que será erguida em Uberaba (MG) e prevista para ser alimentada a gás natural.

Os projetos de GNL (Gás Natural Liquefeito) vão absorver US$ 2,7 bilhões e a malha de gasodutos mais US$ 5,3 bilhões.