Marina Silva foi a primeira vereadora de esquerda de Rio Branco
Marina, 52, nasceu em um dia chuvoso do inverno acriano, em fevereiro de 1958. Foi a avó Júlia quem fez o parto na localidade de Breu Velho, no seringal Bagaço, distante 70 quilômetros de Rio Branco. Era a segunda filha do cearense Pedro Augusto da Silva, que migrou na tentativa de ganhar a vida com a extração de látex. Lá, casou com Maria Augusta.
O discurso da igualdade exercia forte atração sobre ela, que conheceu a fome de perto. Quando o pai certa vez decidiu tentar a sorte em Manaus e, depois, em Belém, a família enfrentou muitas dificuldades. Marina lembra de uma noite de Natal em que havia apenas farinha e um ovo na casa. Só os mais novos comeram.
Em 1985, Marina entrou no PT. Sua estreia nas urnas aconteceu um ano depois, quando concorreu a deputada constituinte, enquanto Chico Mendes tentava chegar à Assembleia Legislativa do Acre. A ascensão meteórica fez dela a primeira vereadora de esquerda de Rio Branco, em 1988. Dois anos depois, foi a deputada estadual mais votada.
Aos 36 anos, em 1994, foi eleita a mais jovem senadora da República. Em seu primeiro mandato, concentrou a atuação em temas ambientais e indígenas. A decisão de sair do PT, depois de quase 30 anos, foi tomada em agosto de 2009. Jorge Viana a resumiu como "um baita problema". A filiação ao PV já estava engatilhada e foi formalizada dias depois de ela ter deixado o PT.
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