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Economia
Sábado - 08 de Maio de 2010 às 05:05
Por: Cleide Silva

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O Brasil surpreendeu o mercado internacional ao não sucumbir à crise financeira, mas ainda é mal avaliado numa pesquisa global que determina o valor da marca de um país. Em um cálculo matemático que leva em conta dados como exportações, governança e turismo, a marca Brasil foi avaliada em US$ 255 bilhões, 22ª no ranking, a pior posição entre os países do Bric. A lista é liderada pelos Estados Unidos, cuja marca vale US$ 19,7 trilhões.

 

A marca China é a nona colocada (US$ 1,1 trilhão), a Rússia a 12ª e a Índia a 17ª. O Brasil perde até para o México, que está uma posição à frente. Ainda assim, o País ganhou seis posições em relação à pesquisa anterior, realizada há dois anos.

O estudo é feito pelo especialista britânico em marcas Simon Anholt. Na segunda-feira ele estará em São Paulo para participar do seminário "Brand Brasil 2010 ? o valor da marca de um país".

Anholt é consultor da Organização das Nações Unidas (ONU) e seu levantamento é usado, por exemplo, para assessorar países a corrigir problemas que afetam seu crescimento e também por investidores. Para realizar o estudo, ele acompanha os dados de cada país e entrevista profissionais da área de comércio externo.

O cálculo é feito há cerca de dez anos e, para chegar aos valores, Anholt utiliza metodologia que pontua dados como a pauta de exportações do país, questões de governança (como estabilidade), turismo (número de visitantes) e infraestrutura.

"O Brasil é a 8ª maior economia do mundo, mas é mal pontuado por questões como a exportação, mais voltada a commodities do que a produtos manufaturados, e também pelo quesito turismo", afirma Júlio Moreira, sócio-diretor da Top Brands, empresa organizadora do seminário no Brasil. Ele lembra que o País recebe cerca de 5 milhões de turistas ao ano. "Só como exemplo, a Croácia recebe 20 milhões."

Evolução. Moreira lembra, porém, que na pesquisa anterior, realizada em 2007, a marca Brasil valia US$ 181 bilhões e figurava como 28ª no ranking. "O País está evoluindo e certamente vai aparecer em melhores posições na próxima pesquisa, daqui a dois anos."

De acordo com Moreira, a divulgação de fatos locais também pesam na maneira como o país é visto internacionalmente. A Grécia, por exemplo, deve perder turistas por causa da repercussão da crise e das imagens de protestos violentos na capital Atenas. O turismo é a maior fonte de receita do país, que não está entre as 40 colocadas do ranking de marcas mais valiosas.

Já os recentes discursos do diretor do filme Avatar, James Cameron, contra a hidrelétrica de Belo Monte, também podem ter respingos na imagem do Brasil. "Teve muita repercussão na mídia internacional", diz Moreira.

No seminário de segunda-feira, o primeiro a ser realizado no Brasil, também estará presente Paul Banister, especialista em marketing da África do Sul e um dos responsáveis pela divulgação da Copa naquele país.






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