Inadimplência das empresas seguirá em trajetória de declínio
Inadimplência do consumidor deve reverter queda no segundo semestre, aponta o Indicador Serasa Experian
Indicador Serasa Experian de Perspectiva da Inadimplência do Consumidor
O Indicador Serasa Experian de Perspectiva de Inadimplência do Consumidor cresceu 0,6% em dezembro de 2009, a quarta alta mensal consecutiva, atingindo o valor de 99,6. Esta seqüência de elevação do indicador, recentemente formada, sinaliza que o corrente movimento de queda na inadimplência do consumidor deverá ainda se prolongar por mais alguns meses mas, já por volta da metade deste semestre, começará a mostrar sinais de reversão.
Segundo os economistas da Serasa Experian, o crescimento acelerado do endividamento das famílias, observado durante o segundo semestre de 2009, vis-à-vis a corrosão do poder de compra tendo em vista a alta da inflação neste início de ano, o esgotamento dos efeitos da recuperação cíclica do nível de emprego sobre a inadimplência do consumidor e a elevação do custo dos financiamentos em várias modalidades de crédito para as pessoas físicas estão entre os fatores que deverão contribuir para a interrupção da atual trajetória de queda da inadimplência.
Contudo, o fato do Indicador Serasa Experian de Perspectiva da Inadimplência do Consumidor, apesar das recentes altas, encontrar-se ainda abaixo do patamar 100, sinaliza que a inadimplência ainda deverá permanecer num patamar de normalidade, não representando, assim, maior obstáculo à expansão do crédito às famílias em 2010, salientam os economistas da Serasa Experian.
Indicador Serasa Experian de Perspectiva da Inadimplência das Empresas
O Indicador Serasa Experian de Perspectiva da Inadimplência das Empresas recuou 3,9% em dezembro de 2009 atingindo o patamar de 106,3, registrando a sétima queda mensal consecutiva. Este resultado revela que a inadimplência das empresas prosseguirá em queda ao longo de todo o primeiro semestre de 2010, porém ainda se situando em nível superior à tendência de longo prazo.
A volta do crescimento econômico, favorecendo a geração de caixa das empresas, a gradativa normalização do mercado de crédito para as empresas, sobretudo pela atuação dos bancos oficiais e o atual momento de queda na inadimplência do consumidor, contribuindo para melhorar o perfil dos recebíveis das empresas figuram dentre as causas da diminuição consistente da inadimplência das empresas.
As recentes turbulências do cenário internacional, lançando dúvidas sobre a sustentabilidade fiscal de alguns países da Zona do Euro, teriam o potencial de prejudicar o movimento de queda da inadimplência das empresas pelos maiores constrangimentos que tais turbulências poderiam gerar sobre a liquidez global. Entretanto, os economistas da Serasa Experian, avaliam que tais riscos ainda possuem baixa probabilidade de se materializar. Além disto, salientam que a trajetória de redução da inadimplência das empresas não deverá ser significativamente afetada por eventual ciclo de aperto monetário. Isto porque tal ciclo, se ocorrer, teria como propósito apenas recolocar a inflação de volta para a trajetória de suas metas não interrompendo, abruptamente, a expansão econômica doméstica.
Metodologia dos Indicadores Serasa Experian de Perspectiva
O objetivo dos Indicadores Serasa Experian de Perspectiva é antever, num horizonte de seis meses, em que fase do ciclo estarão as seguintes variáveis econômicas: (i) atividade econômica, (ii) concessões reais de crédito ao consumidor, (iii) concessões reais de crédito às empresas, (iv) inadimplência do consumidor e (v) inadimplência das empresas. Em geral, as variáveis econômicas apresentam ciclos compostos por quatro fases distintas: (1) expansão, (2) reversão, (3) crise e (4) recuperação. Os Indicadores Serasa Experian de Perspectiva mostrarão, justamente, a posição cíclica, para os próximos seis meses, de cada uma destas variáveis.
Cada Indicador Serasa Experian de Perspectiva é construído analisando-se o poder explicativo e a antecedência de explicação de um universo de 325 variáveis econômicas e financeiras sobre a variável-objetivo. Para tanto, todas as 325 variáveis “candidatas” bem como a variável-objetivo foram filtradas usando-se a técnica de ondaletas, a qual nos permite estudar as relações entre as variáveis “candidatas” a variável-objetivo em diversas escalas de tempo. No caso, utilizamos as escalas de tempo compreendidas entre 16 a 32 meses e entre 32 a 64 meses, regiões onde se caracterizam os movimentos dos ciclos econômicos.
Para cada escala de tempo foram selecionadas, das 325 variáveis “candidatas”, aquelas que antecipam, de forma significativa, a variável-objetivo entre 6 e 18 meses de antecedência.
Selecionadas as variáveis “candidatas”, estas foram agregadas mediante a aplicação de componentes principais, após terem sido colocadas na mesma fase de 6 meses em relação à variável-objetivo.
O resultado composto, isto é, em cada escala de tempo, dos modelos de projeção entre a variável-objetivo e os componentes principais, colocado em base 100, constitui o Indicador Serasa Experian de Perspectiva.
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