Percival Muniz foi o principal articulador da pré-candidatura de Mauro Mendes, que trocou o PR pelo PSB, e agora deve abandoná-lo e, por orientação nacional, aderir ao nome do tucano Wilson Santos
Após lançar Mendes a governador, Muniz se vê forçado a apoiar Wilson
Percival Muniz, presidente regional do PPS, acabou empurrando o empresário Mauro Mendes para um caminho praticamente sem volta. No papel de articulador político e de conselheiro, o deputado foi o maior incentivador da tese do presidente da Federação das Indústrias do Estado (Fiemt) mudar de legenda para se tornar um candidato a governador sustentado pela tal terceira via. Mendes assim o fez. Sem dar muitas explicações aos aliados mais próximos, ele deixou o PR do amigo e governador Blairo Maggi e foi para o PSB. De cara, trombou com o deputado federal e dirigente da legenda socialista no Estado Valtenir Pereira. Agora, para piorar, nem o PPS deve apoiar Mendes ao Palácio Paiaguás.
O recado veio do presidente Roberto Freire (PE). Ele destaca que, embora não esteja mais valendo a regra da verticalização das alianças, o PPS deve fechar composição com o tucanato nos Estados, a exemplo do que ocorrerá em nível nacional. Na prática, significa que os socialistas, mesmo sob contrariedade de Percival, caminham para o palanque do prefeito de Cuiabá Wilson Santos, pré-candidato do PSDB à sucessão de Maggi. Com isso, Mauro Mendes perde um dos mais importantes partidos do grupo dos nove, composto pelo PSB, PDT, PV, PC do B, PRTB, PSC, PMN e PRB.
Mesmo que o nome de Mendes, derrotado no segundo turno à Prefeitura de Cuiabá em 2008, seja considerado um fato novo e uma candidatura de alguém com visão moderna e empreendedora, os demais grupos conspiram pelo recuo do empresário. Usam como principal argumento o fato de ficar isolado. Até mesmo o PDT, presidido pelo deputado Otaviano Pivetta, que também incentivou Mendes a se lançar à disputa eleitoral, sinaliza para apoio ao peemedebista Silval Barbosa, que assume o governo em 31 de março com a disposição de buscar a reeleição. Por enquanto, Mendes se mantém no páreo e até lidera caravana em pré-campanha pelos municípios.
Sua candidatura tiraria votos de todos os possíveis concorrentes, como Wilson, Silval e até mesmo do senador Jayme Campos, que faz questão de dizer que vai disputar o Paiaguás, mesmo tendo acordo com o tucanato para definir como cabeça-de-chapa o nome entre os dois partidos (DEM e PSDB) que melhor pontuar nas pesquisas de intenção de voto. Os partidos e seus líderes têm até junho para definir oficialmente candidaturas majoritárias e proporcionais. Até lá, continuam mergulhados nas articulações políticas.
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