Publicidade
Repórter News - reporternews.com.br
Politica MT
Sexta - 22 de Janeiro de 2010 às 10:55
Por: Márcia Martins

    Imprimir


O Projeto de Lei nº 104/09, está entre os que devem ter sua tramitação concluída na Assembleia Legislativa este semestre, com a retomada dos trabalhos em fevereiro. A proposta estabelece que instituições de ensino superior de Mato Grosso promovam campanhas permanentes de recepção de alunos novatos. A intenção é diminuir os problemas causados com os “trotes’ universitários, que acontecem no início do ano letivo.

O autor do projeto é o 1º secretário, deputado Sérgio Ricardo (PR). Ele defende que as campanhas deverão incluir atividades artísticas e culturais, bem como palestras ministradas por especialistas das áreas jurídicas, de saúde, de segurança pública e educacional. Além de debates de conscientização.

Conforme o deputado, outras ações poderão ser introduzidas nas campanhas, até porque, é necessário agir com rapidez na busca de mecanismos que mudem o comportamento dos alunos veteranos. E assim, encontrar soluções que os ajude a refletir sobre os episódios violentos praticados por meio do trote.

O projeto deixa claro que, quando não resulta na morte de algum calouro, o fato em questão, acaba deixando lesões corporais graves e internações hospitalares por excesso de ingestão de álcool. Apesar disso, a violência continua acontecendo, mesmo com a existência de legislação proibitiva. Já que o Código Penal prevê em seu texto legal que lesão corporal é crime.

O autor do projeto justifica que a intenção não é radicalizar: “não queremos proibir a tradição, mas trabalhar para coibir os excessos, evitar a violência física, sexual e psicológica”, explica. O deputado descreve que o trote é um costume que existe desde a Idade Média, quando os alunos novatos ficavam nos vestíbulos das salas de aula – daí a denominação vestibulando – e tinham seus cabelos cortados como medida higiênica.

Para os alunos, a prática representa a coroação do esforço dedicado no ano anterior, na disputa de uma vaga numa boa instituição de ensino superior. De acordo com a tradição, o aluno vitorioso sente orgulho em mostrar à sociedade, através do cabelo raspado e do corpo pintado, que, agora, é um estudante de curso superior.

A atividade, aceita e esperada pela maioria dos calouros, representa um ritual de passagem, a transição entre a adolescência e a vida de jovem adulto, com suas responsabilidades no estudo e na preparação para o mercado de trabalho.

Pesquisas realizadas com alunos de universidades, em especial da Universidade de Brasília, UnB, e da Universidade Estadual de Londrina, UEL, trazem como justificativas para o trote a tradição, a brincadeira e a integração entre calouros e veteranos.

Apesar da tradição, o deputado acredita que o modelo existente, imposto pela falta de criatividade dos estudantes, pode ser mudado. E é justamente essa mudança que ele pretende conseguir com a aprovação do projeto. Mas segundo ele, não será um processo fácil. “É um trabalho demorado, que dependerá de apoio educativo constante das instituições de ensino. Uma questão que deverá ser trabalhada no decorrer de todo o ano letivo, até chegar um dia em que o trote será apenas uma lembrança, e os alunos que por ele passaram não serão mais objeto do sarcasmo e da humilhação de uma minoria”, contextualiza Sérgio Ricardo.






Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/145201/visualizar/