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Nacional
Sexta - 27 de Março de 2009 às 12:25

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O recente impeachment de dois governadores no Brasil, e os casos pendentes contra outros cinco governadores, indica uma tendência vista como positiva pela revista britânica "Economist".

Na edição que chegou às bancas nesta sexta-feira, a revista diz que os casos "provavelmente são um bom sinal".

A revista diz que os casos de afastamento brasileiros chamam muito menos atenção do que o impeachment do governador do Estado americano do Illinois Rod Blagojevich, mas "de repente, parece haver bastante coisa acontecendo".

A revista lembra que até este ano, apenas dois governadores tiveram seus mandatos revogados pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) desde 1999, quando foi aprovada a lei proibindo candidatos de usar recursos do governo como "máquina política para sua reeleição".

"Neste ano, no entanto, dois [outros] governadores já foram removidos do cargo por irregularidades na campanha. Há casos pendentes contra outros cinco. Então, até o fim do ano, a corte pode ter afastado sete dos 27 governadores do país", afirma a "Economist".

"Isso pode ser interpretado como um terrível ataque do Judiciário contra políticas democráticas, ou como um bem vindo sinal de que as regras há muito ridicularizadas estão finalmente sendo cumpridas."

A revista comenta que, desde o retorno do Brasil à democracia, em 1985, "o TSE se concentrou em garantir que os votos fossem depositados e contados de maneira apropriada".

Agora, de acordo com um consultor ouvido pela "Economist", o TSE estaria tentando melhorar a qualidade do voto e combater fraudes e práticas como a de suborno ou compra de votos.

A revista comenta que quase todos os governadores suspeitos vêm do norte ou nordeste, "onde a política lembra Tammany Hall, a lendária máquina política apodrecida de Nova York do século 19".

Mas a "Economist" afirma que o domínio dos políticos locais já estava se enfraquecendo antes do endurecimento dos tribunais eleitorais.

"A derrota na disputa para o governo da Bahia da família Magalhães em 2006, que era uma das máquinas políticas mais fortes do nordeste, é a mais clara prova disso. A nova assertividade do TSE sugere que os juízes agora estão tentando impulsionar esta tendência, mesmo que os resultados às vezes sejam inadequados."

A "Economist" comenta que desde a introdução de regras mais duras para os candidatos, centenas de prefeitos foram afastados do cargo, e que, pela lógica, o escrutínio de governadores seria o próximo passo.

"O Brasil já é um bom exemplo para outros países em desenvolvimento sobre como realizar eleições relativamente limpas e ordenadas. Se o TSE continuar a subir seus padrões, os benefícios poderão ser sentidos além de suas fronteiras", conclui a reportagem.





Fonte: Da BBC

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