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Economia
Terça - 02 de Dezembro de 2008 às 08:50

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A recessão na qual a maior potência mundial está mergulhada deve ser mais profunda e mais longa do que as anteriores, porém o fundo do poço já ficou para trás.

Essa é a avaliação da brasileira Marcelle Chauvet, professora da Universidade da Califórnia em Riverside, nos EUA, e especialista em ciclos econômicos. "O pior momento da crise se deu em outubro", afirma ela. "Em média, as retrações duram de 10 a 12 meses; como já faz um ano que esta começou, creio que a recuperação deve ter início entre junho e julho do ano que vem."

Segundo Chauvet, tão graves quanto a atual recessão foram as que aconteceram no começo da década de 1980 (de julho de 1981 a novembro de 1982, durando 16 meses) e em meados da década de 1970 (igualmente 16 meses, de novembro de 1973 a março de 1975). As que a precederam (2001 e 1990) não foram tão severas: estenderam-se por aproximadamente oito meses.

A estudiosa desenvolveu um modelo matemático que, considerando diversos indicadores de atividade econômica -como nível de emprego e produção industrial-, mede as probabilidades de um determinado país entrar em recessão.

Os dados apontam uma forte baixa nas vendas das indústrias para os lojistas nos últimos meses. Mas um bom sinal, diz Chauvet, é que, devido à queda da inflação, a renda real do trabalhador está crescendo. "O comércio registrou uma elevação de 3% nos negócios nesta "Sexta-Feira Negra" [que caiu no dia 28 de novembro] na comparação com o mesmo período do ano passado, quando ainda não havia uma retração. O resultado dá uma idéia de quanto os americanos pretendem gastar no Natal, então essa também é uma notícia positiva."

Para ela, o governo George W. Bush tomou todas as medidas devidas para tentar resolver o problema. "Agora, está nas mãos do mercado. As taxas de juros estão caindo, empurrando para baixo as dos financiamentos imobiliários. Naturalmente, os consumidores que desejam adquirir uma casa e até agora não o fizeram vêem que as condições melhoraram e começam a comprar. Daí os preços dos imóveis param de cair e se estabilizam. É assim que se dá a recuperação", afirma. "As fases da economia se alternam. Mesmo que o poder público não faça nada, o país acaba se recompondo."





Fonte: Folha Online

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