Dólar dispara e vai a R$ 2,32 com receio sobre a crise econômica mundial

A agenda extensa de informações e a perspectiva de redução da atividade, emprego e consumo mantêm os investidores retraídos, o que pressiona os ativos de risco nesta manhã. Há pouco, o dólar comercial subia 2,20%, para R$ 2,325 na compra e R$ 2,327 na venda.

Destaque para a divulgação do PPI (Índice de Preços ao Produtor) norte-americano de outubro e para as declarações do chairman do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos), Ben Bernanke, secretário do Tesouro, Henry Paulson e presidente do BC Europeu, Jean-Claude Trichet.

Na Ásia, as principais bolsas de valores perderam até 5%, derrubadas pelas perspectivas de recessão global profunda e pela falta de confiança na recuperação do setor financeiro em 2009. Os índices europeus vão pelo mesmo caminho.

Em meio à turbulência e com o objetivo de reduzir a volatilidade no câmbio, o BC dá seqüência às suas atuações. Para hoje está programado nova oferta de swap cambial de até US$ 500 milhões e leilão para o empréstimo de até US$ 1,5 bilhão destinado ao crédito ao comércio exterior. A autoridade monetária também decidiu iniciar a rolagem dos contratos de swap que vencem no próximo dia 1º, no montante de US$ 5,370 bilhões. Nesta primeira tranche serão ofertados 73,10 mil swaps com quatro vencimentos, no total de US$ 3,6 bilhões.

Para a diretora de câmbio da AGK Corretora, Miriam Tavares, no caso de continuidade do desempenho negativo das bolsas internacionais e da queda das commodities, o dólar pode continuar entre os R$ 2,27 e R$ 2,33 ou até um pouco acima. Mas se o cenário externo melhorar ao longo do dia, o dólar pode oscilar mais perto de R$ 2,25.