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Nacional
Sexta - 24 de Outubro de 2008 às 10:06
Por: Paula Laboissière

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As eleições municipais, quando comparadas ao pleito presidencial, tocam mais de perto os brasileiros e, portanto, candidatos que disputam o segundo turno este ano e que “federalizaram” o discurso na campanha podem não se sair bem no próximo domingo (26). A avaliação foi feita pelo consultor político Gaudêncio Torquato, professor da Universidade de São Paulo (USP), durante entrevista hoje (24) ao programa Notícias da Manhã, da Rádio Nacional.

Para ele, o eleitor brasileiro "vota realmente no candidato que tem melhores propostas para o seu bolso e para o seu estômago”. Torquato avalia que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mesmo ao manifestar publicamente apoio a determinados candidatos, não foi capaz de transformar o prestígio que tem entre grande parte da população para fortalecer ou alavancar candidaturas. “O pleito municipal entusiasma mais”, acrescenta o especialista.

Torquato considera as eleições municipais de 2008 como “as mais avançadas” do ponto de vista da racionalidade dos eleitores. Ele acredita que os brasileiros que vão às urnas têm se mostrado atentos aos programas eleitorais e a comparações de perfis de candidatos. A movimentação mais intensa em cidades como Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro – classificadas pelo especialista como o “Triângulo das Bermudas” político do país – sinalizam um eleitor mais engajado no processo eleitoral.

“Há, no segundo turno, uma campanha muito acirrada, agressiva, com discursos contundentes e com adversários procurando desconstruir perfis. Chegamos na reta final com a sensação de que o Brasil ganhou bastante com essa eleição. Estamos vendo o mapa eleitoral se definir e as bases se prepararem para o grande pleito que será a eleição presidencial de 2010. Os 5.563 prefeitos que estão sendo eleitos no Brasil certamente constituirão os principais cabos eleitorais em 2010.”

Questionado se o país caminha para eleições presidenciais que possam seguir o mesmo rumo do pleito de 2006 – quando dois grandes blocos políticos praticamente dividiram o eleitorado brasileiro – ele afirma que há uma tendência nesse sentido.

De um lado, segundo o professor, estaria o PT, partido com estrutura governamental em âmbito federal e que abre caminho para uma campanha capilarizada por ser um partido presente em muitos municípios brasileiros. Do outro lado, de acordo com o especialista, o PSDB, legenda que tem expectativas de voltar ao poder a partir da possível candidatura do atual governador do estado de São Paulo, José Serra, que pode sair fortalecido com o resultado das eleições municipais deste ano na capital paulista.





Fonte: Agência Brasil

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