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Economia
Terça - 14 de Outubro de 2008 às 17:26

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Uma pesquisa realizada entre 500 consumidores indicou que 73,8% deles pretendem adquirir bens duráveis ou semi-duráveis no período de outubro a dezembro deste ano. O percentual dos que não pretendem comprar (26,2%) é menor do que no mesmo período do ano passado, quando foi de 38,8%. No trimestre anterior do ano corrente (julho a setembro), 38,2% dos entrevistados não pretendiam comprar. Os dados aparecem na Pesquisa Trimestral de Intenção de Compras no Varejo, realizada pelo Programa de Administração de Varejo (Provar) da Fundação Instituto de Administração (FIA) e a Felisoni Consultores Associados, divulgada hoje (14) na capital paulista.

De acordo com os dados, entre as dez categorias de bens de consumo semi-duráveis e duráveis incluídas no estudo, informática lidera as intenções de compras com 13,2%, seguida de cine e foto, com 12,8%; eletro-eletrônicos, com 11%; telefonia e celulares, 10,6%; e móveis e linha branca (máquina de lavar, secar, geladeira, lava louça, fogão) com 9,2% das intenções de compras. Material de construção tem 7,6% das intenções de compra; automóveis e motos, 6,2%; eletroportáteis, 2,6%; e cama, mesa e banho, 2%.

O estudo indica, ainda, que 76,1% dos consumidores pretendem utilizar o crédito para adquirir os produtos da linha branca no terceiro trimestre de 2008. No caso dos móveis esse número é de 69,6%; eletroeletrônicos, 52,7%; materiais de construção, 57,9%; informática, 56,1%; cine e foto 57,8%; telefonia e celulares 50,9%; cama, mesa e banho, 50%; eletroportáteis, 46,2%; e automóveis e motos, 87,1%.

Segundo o coordenador geral do Provar, o professor Claudio Felisoni de Angelo, o objetivo da pesquisa é não só indicar a intenção de compra, mas mostrar qual o nível de otimismo ou pessimismo do consumidor, já que a maioria das compras é feita por meio de financiamentos. “Esse número baixo de pessoas que não pretendem comprar indica otimismo do consumidor. É bem maior do que no trimestre anterior ou no mesmo período do ano passado”, disse.

Felisoni explicou que os dados apurados na pesquisa coincidem com outros resultados obtidos por outros institutos e mostram que a crise financeira pela qual os EUA passam e que reflete em todo o mundo, não altera a confiança do consumidor, o que indica boas expectativas para as vendas de final de ano. “A crise se espalhou pelo mundo, mas não atingiu o consumidor porque a economia brasileira está mais bem aparelhada do que em outras crises”, constatou o pesquisador.

Na avaliação dele, as vendas no Natal devem ser parecidas com as do ano passado, com crescimento em torno de 9,5%. “Talvez menos em função de notícias ruins de última hora, mas há otimismo do varejo também, que já tem estoque para atender a demanda do consumidor”, disse.

Entretanto, ele reforçou que, a partir de janeiro de 2009, o consumidor pode começar a enfrentar situações mais adversas, já que o governo deve começar a promover os ajustes necessários para evitar que a crise americana gere impactos mais fortes no país. “Pode haver menos disponibilidade de crédito, menos disponibilidade de recursos internos e aumento das taxas de juros. O consumidor é sensível a prazos de pagamento e juros, mas isso não é imediato, demora 12 meses para que ele compreenda essas alterações”, explicou.

O coordenador do Provar ressaltou que a crise ainda está longe do consumidor porque a maioria da população teve ganho real de salário até agosto, percebe a estabilidade do emprego e a inflação deve ficar abaixo da meta. “Embora haja um ambiente internacional complexo, os impactos demoram para chegar no consumidor. As taxas de juros já aumentaram, mas o que importa, que é o crédito, ainda há. Essa crise chega no consumidor em um período em que o governo tem condições de postergar os ajustes. Além disso, o final do ano é um período em que o consumidor tem renda maior”, finalizou Felisoni.





Fonte: ABr

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