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Economia
Sexta - 03 de Outubro de 2008 às 14:48

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A CNI (Confederação Nacional da Indústria) aumentou a previsão de crescimento da economia brasileira neste ano, mas já prevê uma desaceleração em 2009, quando o país deve sofrer efetivamente os efeitos da crise internacional de crédito.

A estimativa para 2008 passou de 4,7% (previsão feita em junho) para 5,3%. Para o próximo ano, a CNI divulgou uma "estimativa preliminar" para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas no ano) "em torno de 3,5%".

O governo prevê um crescimento de até 5,5% neste ano e de 4,5% em 2009.

"O desempenho da economia brasileira em 2008 não será afetado pela crise financeira internacional, principalmente por conta da ampliação da demanda interna", diz a CNI em nota. "A crise internacional só se refletirá nos resultados da economia nacional a partir do ano que vem."

Apesar de considerar que o país está mais forte para enfrentar as turbulências externas, a CNI avalia que "essas condições não impedem que os desdobramentos da crise mundial alcancem o Brasil.

Inflação, dólar e juros

A previsão de crescimento da indústria para este ano subiu de 5% para 5,5%. O consumo das famílias, que vem sustentando o crescimento da economia, passou de 5,5% para 6%. Os investimentos devem crescer 13,5%, ante previsão anterior de 10,5%.

A entidade reduziu a previsão de inflação de 6,4% para 6,2%, dentro do limite superior da meta, que vai de 4,5% a 6,5%. Mas a CNI espera um aumento maior da taxa básica de juros, que deve passar dos atuais 13,75% ao ano para 14,50% ao ano em dezembro. A previsão anterior era de que a Selic não passaria de 14,25% ao ano.

Para o dólar, a CNI revisou a projeção de R$ 1,67 na média de dezembro para R$ 1,80. O saldo da balança comercial passou de US$ 20 bilhões para US$ 25 bilhões. O resultado será a diferença entre exportações de US$ 208 bilhões e importações de US$ 183 bilhões.

2009

Segundo a CNI, os dois fatores da crise que vão se refletir no Brasil são a falta de crédito internacional para investimentos e a redução nas vendas de produtos brasileiros no exterior.

"O primeiro tem efeito mais imediato, enquanto o segundo irá se apresentar de forma progressiva à medida que o comércio mundial perca dinamismo", diz a CNI.

A entidade avalia que o Banco Central terá papel importante para resolver o problema de falta de liquidez no sistema.

"O Banco Central deve mostrar-se atento aos problemas de liquidez e ao aumento do custo do crédito, reavaliando a intensidade da política monetária, que não foi dimensionada para um cenário mais adverso como o atual."

O BC já anunciou uma série de medidas para reduzir os efeitos da crise no Brasil. Foram duas reduções no compulsório para direcionar mais recursos para os bancos pequenos e dois leilões de venda de dólares no mercado.

Mesmo assim, a instituição ainda avalia que há riscos para a inflação, como mostra o Relatório de Inflação divulgado na semana passada pelo BC. A última decisão do Copom (Comitê de Política Monetária do BC) mostrou que a diretoria está dividida em relação à intensidade do aumento dos juros para combater a inflação. Por isso, a Selic deve continuar subindo, mesmo que de forma menos intensa.





Fonte: Folha Online

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